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Como funciona uma Bienal do Livro?

A Bienal do Rio de Janeiro acontece entre os dias 3 e 12 de dezembro. Conheça os bastidores de um evento como esse.

Por Diego Molina
Atualizado em 2 dez 2021, 17h47 - Publicado em 1 ago 2018, 12h22

Em torno de 14 meses antes da abertura, rola a primeira reunião entre a comissão que organiza a Bienal  para definir a data da feira, as mudanças em relação à edição anterior etc. (no caso da de São Paulo, a presidência da Câmara Brasileira do Livro, a CBL, também participa das discussões).

A partir de então, há reuniões a cada dois meses. Cerca de dez meses antes da feira, é escolhida a agência de comunicação que criará o tema e o conceito do evento.

Aproximadamente nove meses antes, começam os convites e as negociações com editoras e expositores. O preço dos estandes varia de acordo com a área e a localização – em 2018, na de São Paulo, o menor, de 20 m2, foi negociado por cerca de R$ 20 mil. No mês seguinte, já rolam os convites aos autores internacionais e, depois, aos brasileiros, para participarem da programação principal.

Editoras e expositores costumam confirmar sua participação entre sete e quatro meses antes da feira. O número de participantes varia. Se a empresa topar, começa o processo interno para definir como será seu estande. Qual vai ser o conceito? Quais produtos merecem mais destaque?

A gerente de marketing da Companhia das Letras, Lilia Zambon, confirma que, na hora de bolar os estandes, a tendência atual é diminuir o jeitão de “loja” e reservar mais espaço para o que os marqueteiros chamam de “ativações”: interações divertidas com a marca que podem, por exemplo, render um brinde. Mas, claro, sempre tentando expor o maior número possível de títulos.

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A seis meses da abertura, 80% da planta da feira já está fechada e a organização parte para as últimas negociações. O conceito geral da feira é definido cerca de 60 dias depois. Nessa mesma época, as editoras começam a decidir os autores que levarão e como serão aproveitados – num evento principal da Bienal, numa tarde de autógrafos…

A programação final é divulgada em uma grande coletiva de imprensa, quase um mês antes do evento. Alguns expositores a criticam por focar demais em influenciadores digitais, best-sellers e celebridades literárias, deixando de lado autores de sci-fi, fantasia e HQ, por exemplo. A CBL diz que a curadoria reflete uma análise do interesse dos visitantes e busca inspiração em temas do momento.

Os grandes centros de exposição têm agenda lotada, então as editoras só conseguem construir seu estande cerca de sete dias antes da abertura dos portões. É uma correria! A própria organização também precisa montar seus espaços, como a área de autógrafos, o setor infantil e os setores tradicionais de debate, como o Salão das Ideias e a Arena Cultural.

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Com a feira já rolando, o público se diverte, mas os participantes continuam ralando. Nos dias úteis, costuma haver muitas excursões escolares – é o período ideal para eventos e atividades com autores infantojuvenis e youtubers. Os fins de semana recebem mais famílias e o público geral. Nos últimos dias, boa parte dos livros entra em promoção.

Participar vale muito a pena: em 2016, por exemplo, a Bienal de São Paulo recebeu 684 mil visitantes (entre eles, 118 mil estudantes), que compraram, em média, 6,11 livros. As editoras compareceram em peso: foram cerca de 650, com mais de 380 autores brasileiros e internacionais. No total, o investimento foi de R$ 34 milhões.

FONTES Assessorias da Bienal do Livro de São Paulo, da Câmara Brasileira do Livro e das editoras Companhia das Letras, Ediouro e Aleph

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