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Besouro Azul: conheça a origem (e os poderes) do herói da DC

Personagem que ganhou filme com Xolo Maridueña e Bruna Marquezine surgiu em 1939 – e já teve pelo menos três versões nos quadrinhos.

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 18 ago 2023, 16h48 - Publicado em 9 mar 2022, 19h18

Chega aos cinemas nesta quinta (17) Besouro Azul, o primeiro filme da DC Comics estrelado por um personagem latino. Xolo Maridueña (o Miguel de Cobra Kai) estrela no papel de Jaime Reyes. Bruna Marquezine, em seu primeiro papel internacional, vive Jenny Kord, par romântico do herói.

Besouro Azul foi anunciado no final de 2018. A direção é do porto-riquenho Angel Manuel Soto e o roteiro é do mexicano Gareth Dunnet-Alcocer (que, recentemente, esteve envolvido também no script da nova versão de Scarface, ainda sem data de estreia).

Ao longo dos anos, três pessoas já vestiram o manto do Besouro Azul nos quadrinhos – e, ao que tudo indica, o filme da DC vai mostrar ao menos dois deles. Vamos mergulhar nessa história.

Do início

O Besouro Azul apareceu pela primeira vez em 1939, na HQ Mistery Men Comics 1, da editora Fox Comics (o nome da editora é mera coincidência – não tem nada ver com a o estúdio de cinema comprado pela Disney em 2019). Um dos criadores do Besouro foi Jack Kirby, o lendário nome por trás do Capitão América, Hulk, Thor e centenas de personagens.

A história era simples: de dia, Dan Garrett era um policial; de noite, ele virava o Besouro Azul e saía resolvendo crimes (sem distintivo) por aí. No começo, Dan usava apenas um sobretudo, chapéu e uma máscara que cobria os olhos. Depois, assumiu um uniforme azul colado ao corpo e ganhou superpoderes graças a uma super vitamina. Pois é.

Capa da HQ do Besouro Azul.
(DC Comics/Reprodução)

A HQ fez um relativo sucesso na época. Em 1940, a Fox Comics promoveu o “Dia do Besouro Azul” durante a Feira Mundial de Nova York. Centenas de crianças participaram de uma corrida de revezamento pela cidade, transmitida pelo rádio. Naquele ano, o personagem ganhou também uma série no rádio, com 13 episódios.

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Na década de 1950, contudo, o mercado de quadrinhos entrou em crise. Foi um efeito das crescentes críticas ao fenômeno das HQs, que diziam que elas eram as responsáveis pelo “mau comportamento” dos jovens, e de um código de conduta para as histórias, instituído em 1954. As vendas de gibis minguaram e muitas editoras faliram. Entre elas, a Fox.

O Besouro Azul, então, tornou-se propriedade de outra editora, a Charlton Comics. Em 1966, na revista do Capitão Átomo, o personagem ganhou uma nova versão: Ted Kord, um jovem rico e brilhante que desenvolve um traje e uma máquina voadora em formato de besouro.

No ano seguinte, a Charlton publicou uma história de origem de Ted e revelou que ele era, na verdade, um antigo parceiro de Dan Garrett, que aqui não era mais um policial, mas sim um renomado arqueólogo.

Na HQ, o tio de Ted pede sua ajuda para um experimento secreto. Mas, no meio do caminho, ele forja a própria morte, rouba a tecnologia do sobrinho e a usa para construir um exército. Ted pede ajuda a Dan. O arqueólogo topa, mas é capturado.

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Dan, então, revela ser o Besouro Azul, e que os seus poderes vêm de um misterioso escaravelho, encontrado durante uma expedição ao Egito. Dan consegue escapar e derrotar o vilão, mas não sobrevive. Antes de morrer, ele pede a Ted que assuma o manto do Besouro.

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Nos anos 1980, o Besouro Azul vai parar nas mãos da DC Comics. Ele aparece na grande saga Crise nas Infinitas Terras (1985), que influenciou todas as revistas da editora e serviu para reiniciar o Universo DC, corrigindo linhas cronológicas confusas e introduzindo novos personagens.

A partir de 1986, estabeleceu-se que Ted foi aluno de Dan Garrett, e que o escaravelho pertencia a um antigo deus egípcio. Para ativar os poderes, Ted precisava gritar a frase “Khaji Da!” (um método parecido com outro herói da casa, o Shazam). Ambas as versões do Besouro Azul foram a base para o personagem Coruja, da graphic novel Watchmen (1986), de Alan Moore.

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Herói latino

Ilustração da HQ do Besouro Azul.
(DC Comics/Reprodução)

Em 2005, Ted Kord morreu. No ano seguinte, os quadrinistas Keith Giffen, John Rogers e Cully Hamner criaram um substituto para o Besouro: Jaime Reyes, um jovem descendente de mexicanos que morava em El Paso, na fronteira do estado do Texas com o México.

Jaime era um típico estudante do ensino médio. Seu pai comandava uma oficina e a mãe era paramédica. Certo dia, andando pela cidade com os amigos Brenda e Paco, ele encontrou um escaravelho azul que, a julgar pela aparência, parecia ter séculos de idade.

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Ilustração da HQ do Besouro Azul.
(DC Comics/Reprodução)

Jayme resolveu levar o objeto para casa. Foi quando o escaravelho ganhou vida e se alojou na coluna vertebral do garoto, conferindo a ele uma armadura praticamente impenetrável, um arsenal de armas, super força, controle de energia e mais uma série de habilidades.

Mais tarde, descobriu-se que o artefato era de origem alienígena. Ele foi criado pelos Reach, uma civilização de conquistadores que enviou o escaravelho para a Terra para que ele ajudasse a dominar o planeta. O nome do escaravelho? Khaji Dha.

Entretanto, nos séculos em que passou na Terra, o artefato foi alvo de magia – o que cortou a comunicação com os seus criadores. Após ganhar os poderes, Jaime se aliou com o Guardião Dourado, antigo parceiro e melhor amigo de Kord. Mais tarde, ele se juntou aos Jovens Titãs e, por um breve momento, teve como mentor o Pacificador (que também era da Charlton Comics), que recentemente ganhou uma série no HBO Max.

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Nos últimos anos, o Besouro Azul apareceu em diversas animações da DC Comics – em 2011, rolou até uma participação na temporada final de Smallville. Naquele ano, a sua revista integrou o projeto Os Novos 52, uma grande reformulação da DC que reiniciou o seu universo com 52 séries de quadrinhos (a do Besouro, contudo, foi cancelada após 17 edições, em 2013).

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