“Duna: Parte 2” – Cinco diferenças entre o livro e o novo filme
O longa que está em cartaz omite o salto temporal de dois anos que existe no livro – o que acarretou algumas mudanças na trama.
“Duna: Parte 2” chegou aos cinemas na última quinta-feira (29). A sequência acompanha Paul (Timothée Chalamet) no processo de se tornar fremen no planeta Arrakis – enquanto lida com os ataques da casa Harkonnen.
O livro Duna, de Frank Herbert, foi dividido em duas partes para a adaptação cinematográfica. O final do novo filme, então, é o final do primeiro livro. Depois dele, ainda existem outros cinco romances: Messias de Duna, Filhos de Duna (que compõem a primeira trilogia), Imperador-Deus de Duna, Hereges de Duna e Herdeiras de Duna (a segunda trilogia).
Em determinado momento do primeiro livro, há um salto temporal de dois anos. O diretor Denis Villeneuve optou por não realizar esse salto no filme. Em outras palavras, o novo filme começa logo após o final de “Duna: Parte 1”. Isso resultou em algumas mudanças cruciais na trama, que mostraremos a seguir.
Atenção: Este texto está cheio de spoilers tanto do filme quanto do livro. Prossiga por sua conta e risco.
1. A irmã de Paul nasce no primeiro livro
A aparição de Alia Atreides, irmã de Paul (Timothée Chalamet), era um dos acontecimentos mais esperados pelos fãs do livro. Jéssica (Rebecca Ferguson) termina o primeiro filme grávida de uma menina. Durante a gestação, ela toma a Água da Vida para se tornar uma Reverenda Madre. Esse veneno confere a ela as memórias de todas as Reverendas Madres que vieram antes.
Só que isso também acontece com a menina que está em seu útero. Ou seja: mesmo antes de nascer, Alia recebe a experiência e sabedoria de milhares de pessoas. No livro, essas pessoas são consideradas “pré-nascidas” ou “abominações”.
É por isso que o feto consegue se comunicar com a mãe. Alia nasce na segunda metade do livro, após o salto temporal de dois anos. Ela é uma criança com a mente, falas e comportamentos de um adulto – algo que, convenhamos, é um desafio representar nas telas.
Denis Villeneuve adiou o nascimento de Alia, que deveria ter ocorrido nesse filme. Tudo o que temos é uma visão de Paul com a irmã já crescida, interpretada pela atriz Anya Taylor-Joy. Devemos vê-la em uma possível sequência.
2. Paul e Chani têm um filho – que é morto pelos Sardaukar
Pois é: nesses dois anos que se passam no livro, Chani (Zendaya) fica grávida de Paul. Eles têm um filho chamado Leto II, batizado em homenagem ao pai.
O bebê não dura muito tempo. Ele é morto durante um ataque das tropas imperiais Sardaukar e Harkonnen ao sietch em que estava sendo escondido. Por ter uma aparição breve no livro, a produção optou por excluí-lo do filme.
3. Chani não faz parte da profecia de Paul
Em um momento íntimo com Paul, Chani revela que seu nome fremen é Sihaya – que significa “primavera do deserto”. Até aí, igual à literatura. A diferença é que o filme incorpora essa informação em uma profecia. Segundo o dizer, as lágrimas da “primavera do deserto” finalizariam a transformação do Lisan al Gaib. De fato, Paul acorda assim que Chani mistura suas lágrimas com a Água da Vida e encosta na boca do personagem.
Essa parte da profecia não existe no livro. Chani não influencia diretamente na transformação de Paul no Lisan al Gaib (ou Kwisatz Haderach, que são só nomes diferentes para o mesmo messias). Além disso: no filme, Paul parece estar desacordado por, no máximo, algumas horas. No livro, ele apaga por três semanas.
4. Alia (e não Paul) mata o barão Vladimir Harkonnen
Imagine uma criança de dois anos de idade matando o próprio avô com uma agulha venenosa. É exatamente isso que acontece nos livros. Alia é sequestrada e encontra o barão Vladimir Harkonnen, pai de sua mãe. Ela o mata com o gom jabbar – aquela agulha usada pelas Bene Gesserit para testar Paul no primeiro filme.
No novo filme, é Paul quem mata o avô, já que Alia ainda não nasceu.
5. Paul se casa com Irulan, mas toma Chani como sua concubina.
Nos livros, Paul deixa claro que sua verdadeira esposa e companheira será Chani (Zendaya) – enquanto o casamento com Irulan (Florence Pugh) é puramente político. A personagem fremen não fica irritada e nem faz uma saída dramática da sala. Chani entende a decisão de Paul e fica ao lado dele.
Os fremen também possuem suas tradições de casamento. Nos livros, Paul se casa com Harah, viúva de Jamis, assim que chega no sietch Tabr. No costume do grupo, um homem que mata outro se torna responsável por cuidar da mulher e filho do falecido. Chani, então, já estava acostumada com a ideia de ser sua companheira extraoficial.
Essas não são as únicas mudanças do filme, é claro. Se quiser conhecer as outras, recomendamos a leitura do livro. Vai por mim: vale a pena 😉