Fim das franquias? Público prefere conteúdo original, aponta pesquisa
Um levantamento analisou os hábitos de consumo no streaming de 2,5 mil adultos nos EUA. Veja os resultados.
Sequências a perder de vista. Remakes desnecessários. E derivados bem aquém do material original. Se você anda saturado com boa parte dos blockbusters de Hollywood, saiba que não é o único.
Uma recente pesquisa americana entrevistou 2,5 mil adultos sobre os seus hábitos de consumo no streaming. E, dentre os resultados, 74% dos que fazem parte da geração millennial (nascidos entre 1981 e 1996) e da geração Z (a partir de 1997) disseram preferir conteúdos originais em vez de franquias e remakes.
O estudo foi feito pela The Harris Poll, uma empresa de análise de mercado, e patrocinado pela Tubi, um serviço de streaming que nasceu em 2014 e funciona com base em anúncios – não é preciso pagar mensalidade. Desde 2020, a plataforma pertence à Fox.
Ainda dentro da faixa etária dos millennials e da geração Z, 71% gostariam de ver mais conteúdos no streaming feitos por produtoras pequenas e independentes. E 74% defendem mais diversidade na frente e atrás das câmeras.
56% de todos os entrevistados da pesquisa (entram na conta, então, adultos mais velhos, com mais de 43 anos) assistem de uma a três horas de streaming por semana, e 40% consomem três horas ou mais. Em média, esses espectadores assinam até quatro plataformas. Já consumidores try hard, que veem ao menos 15 horas de streaming semanais, costumam pagar por até cinco serviços.
E qual o preço dessa brincadeira? De acordo com o estudo, os americanos gastam, em média, US$ 120 (R$ 600) por mês com streaming e pacotes de TV. É mais do que se gasta por mês com combustível por lá (US$ 112 na média, R$ 557), segundo comparativo do site The Wrap.
Haja fatura. 53% dos millennials e gen Z`s concordam que gastam demais com isso. E 27% planejam reduzir o seu número de assinaturas no futuro.
Não só: 62% de todos os entrevistados da pesquisa dizem que optariam por um streaming sem mensalidade, mas com anúncios, em vez de uma plataforma paga. A Tubi, que funciona com base em propagandas, fez questão, claro, de ressaltar esse dado. Você pode conferir o levantamento completo aqui.
O futuro do streaming
Apesar de se concentrar apenas no mercado americano, a pesquisa da Tubi ajuda a entender o momento atual do showbiz. O público televisivo diminui a cada dia. Nos EUA, os canais tradicionais já representam menos da metade da audiência de TV (o streaming domina as telas). No cinema, a bilheteria cresceu 30% de 2022 para 2023 – mas ainda não atingiu os níveis pré-pandemia.
No streaming, parece que ninguém descobriu ainda como fazer dinheiro. Em 2022, a Netflix registrou sua primeira queda no número de assinantes. E, desde então, tem enxugado o orçamento: cortou sua produção de conteúdo em 22%. A empresa está atrás de formas de juntar uns trocados: aumentou mensalidades, criou planos com anúncios e extinguiu o compartilhamento de senhas.
Mesmo outros streamings como Amazon Prime Video e Apple TV+, que têm big techs por trás para bancar investimentos bilionários, apertaram os cintos ao analisar que suas audiências e rendimentos estão menores que o previsto.
Ainda não dá para cravar como esse cenário vai impactar a produção de conteúdo. Menos dinheiro significa investir em obras independentes, mais baratas? Ou significa jogar seguro, lançando novos capítulos de Vingadores e Velozes e Furiosos? Ao espectador, resta aguardar com o pote de pipoca em mãos.