Manual: como cantar bem?
Para arrasar no gogó, não basta bater ponto no karaokê. É preciso praticar, aquecer e respirar corretamente. Veja por onde começar.
Autoconhecimento
Descubra seu alcance. Algumas pessoas se sentem mais confortáveis na região mais grave, outras têm vozes mais agudas, e cada um de nós tem um leque de frequências diferente à disposição. Se você já toca um instrumento, use-o de referência. E, é claro: o ideal é contratar um professor.
Fôlego em dia
Ao cantar, você não pode murchar como uma bexiga conforme esvazia os pulmões. É preciso manter a caixa torácica rígida e controlar a inspiração e expiração usando um músculo chamado diafragma. Isso garante que um fluxo contínuo e homogêneo de ar passe pelas pregas vocais.
Malhando o gogó
Pratique regularmente exercícios de respiração. Treine escalas (o conjunto de notas usado em uma música) e intervalos (a distância entre notas). No YouTube, dá para encontrar essas atividades (os chamados “vocalizes”) aos montes. Treine alguns minutos, todos os dias. E aumente a dificuldade aos poucos, como se estivesse na academia.
De olho no registro
Faça um teste: cante algumas notas subindo da sua região mais confortável para o agudo. Você vai sair do registro modal e entrar no falsete – a voz fininha do Prince ou da MC Melody, produzida de um jeito diferente. Há outros registros além do modal e do falsete; é importante praticá-los.
Outras dicas
– Beber uísque não aquece o gogó. Antes de cantar, separe 15 minutos para exercícios de vibração dos lábios e da língua. Vale também cantar escalas da nota mais grave para a mais aguda (e vice-versa).
– Sua zona de conforto tem nome: mulheres podem ser sopranos (voz aguda), meio sopranos (média) ou contraltos (grave). As categorias equivalentes, para homens, são tenor, barítono e baixo.
– Treine afinação usando aplicativos como Tuner T1 (gratuito) e o Vocal Pitch Monitor (pago). Eles te dirão qual nota você está cantando – e se você está fazendo isso corretamente.
– Cante do seu jeito. Não faz bem forçar a voz para imitar um cantor se seu timbre e alcance são diferentes. E até para rasgar tem técnica: só urre um Sepultura se souber o que está fazendo.
Fontes: Alexandra Liambos, cantora e professora de canto, e Ricardo Carvalho, maestro e professor de música.