Manual: como escrever um romance?
Não consegue colocar a ideia que está na sua cabeça no papel? A gente te dá uma mão (te cuida, Jabuti!)
Não é dom…
…é técnica. Criar frases e parágrafos claros e concisos e estruturar uma boa narrativa são capacidades que podem ser aprendidas. Leia manuais de escrita e treine o seu olhar para notar os detalhes técnicos de grandes obras, como os arcos de cada personagem e as pontas soltas amarradas no final.
Pessoas de mentira
Tempo, enredo e cenário são importantes, mas seu livro não será nada sem um bom protagonista. Paixões e conflitos internos bem pensados prendem mais o leitor do que uma trama mirabolante. Brás Cubas, personagem de Machado, levou uma vida banal – mas fascinante.
Crie uma sinopse
Concisa, ela deve resumir, em uma única frase, todo o livro. Depois, faça um resumo de uma página, detalhando a trama. Por fim, escreva um resumo expandido. Só depois parta para o romance. Tente também responder: “Por que sou eu que devo contar essa história, e não outra pessoa? Qual visão única eu darei a ela?”
Treine (bastante)
Faça exercícios de escrita. Você pode, por exemplo, reescrever um conto do ponto de vista de outro personagem – ou mudando o tipo de narrador. Isso vai ajudá-lo a encontrar a melhor voz para aquela trama. Participe de oficinas de escrita criativa e troque figurinhas com outros aspirantes a autor.
Terminou o seu livro? Então…
-Procure alguém qualificado (e sincero) para revisar o seu livro. Não vale amigo que só sabe elogiar. Incomuns no Brasil, agentes literários oferecem uma visão comercial – e sugerem alterações.
-Informe-se sobre como cada editora avalia um manuscrito (a maioria pede o livro completo; outras aceitam resumos). Fazer contatinhos no mercado editorial facilita as coisas, claro.
-Não se restrinja a editoras famosas: mande para quantas puder, sobretudo aquelas especializadas no gênero da sua história. Existem casas com foco em ficção científica, fantasia, poesia etc.
-Participe de concursos literários. Obter uma boa classificação (ou menção honrosa) pode ser um chamariz para editoras, que vão considerá-lo com mais atenção. Cuidado com concursos picaretas.
Fonte: Luiz Antonio de Assis Brasil, criador da Oficina de Criação Literária da PUC-RS e autor do livro Escrever ficção: Um manual de criação literária (Companhia das Letras).