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Megalópolis: entenda os conturbados bastidores do filme de Coppola

Entenda por que o novo longa do diretor de "O Poderoso Chefão", que estreia dia 31 de outubro no Brasil, demorou mais de 40 anos para ser feito.

Por Rafael Battaglia
17 set 2024, 10h00

Épico futurista

Foto do diretor de cinema Francis Ford Coppola.
(Divulgação/Reprodução)

Coppola pensou em Megalópolis no fim dos anos 1970, enquanto gravava Apocalypse Now (1979). Na década seguinte, esboçou um roteiro com mais de 400 páginas. A história se passa num futuro distópico, no qual novas tecnologias se misturam com elementos da Roma Antiga. Em uma Nova York destruída após uma catástrofe, um arquiteto idealista e o prefeito brigam sobre qual seria o destino ideal para a cidade.

Confiança quebrada

Foto do diretor de cinema Francis Ford Coppola durante as gravações de Apocalypse Now.
(Divulgação/Reprodução)

Nos anos 1980, Coppola já havia vencido cinco Oscars. Mas poucos em Hollywood confiavam nele. Apocalypse Now havia estourado prazos e orçamentos – e as condições de trabalho colocaram em risco a saúde da equipe. Além disso, seus filmes seguintes fracassaram na bilheteria. Tudo isso, aliado à escala imaginada para Megalópolis, fez com que nenhum estúdio topasse financiar o projeto.

De volta – só que não

Esboço arquitetônico para reconstrução de Nova York. Filme Megalópolis - de Francis Ford Coppola.
(Divulgação/Reprodução)

Sucessos como O Poderoso Chefão 3 (1990) e Drácula (1992) deram o fôlego financeiro necessário para que Coppola e sua produtora retomassem Megalópolis. Em 2001, ele organizou filmagens em Nova York e reuniões com atores como Leonardo DiCaprio e Robert De Niro. Mas o ataque às Torres Gêmeas interrompeu as gravações e fez o diretor repensar o roteiro, dadas as semelhanças com a tragédia. O projeto voltou à gaveta.

Do próprio bolso

Imagem de garrafa de vinho da vinícula Francis Coppola.
(Divulgação/Reprodução)

Coppola passou os anos seguintes viajando em busca de inspiração para reescrever a história. Em 2003, por exemplo, visitou Curitiba para entender o urbanismo bem-sucedido da cidade. Em 2021, o cineasta vendeu parte do seu negócio de vinhos (ele e sua família mantinham uma vinícola havia décadas). Com isso, levantou os US$ 120 milhões necessários para viabilizar Megalópolis, cujas gravações terminaram em 2023.

Tretas na reta final

Mulher comendo uma cereja em cena do filme Megalópolis - de Francis Ford Coppola.
(Divulgação/Reprodução)

Coppola levou meses até achar um distribuidor – vários executivos de Hollywood acharam o filme “experimental e pouco comercial”. O diretor só conseguiu parceiros na época do Festival de Cannes, em maio. O longa estreou por lá – mas teve uma recepção morna. Como que em resposta, um trailer de Megalópolis destacava críticas equivocadas sobre outros filmes de Coppola. O problema: eram todas citações falsas. O vídeo logo saiu do ar.

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