Juliana Cunha
Hoje, elas embelezam de espetáculos pornô-soft a estúdios de tattoo. Mas, no começo, lugar de pin-up era na parede. Nos anos 40 e 50, era passatempo entre os soldados americanos pendurar (em inglês, pin-up) fotos de mulheres bonitas em seus alojamentos. Eram fotos mais para concurso de camiseta molhada do que Brasileirinhas, mas que constituíam um incentivo para as tropas.
Com o tempo, foi se estabelecendo um padrão específico. Pin-up passou a ser necessariamente uma mulher volup-tuosa (Keira Knightley, fora), com ar clássico e retrô (Lady Gaga, fora) e muito feminina (Yoko Ono, se algum dia você esteve dentro, fora). E o termo deixou de se resumir a fotos: ilustrações de pin-ups passaram a ser utilizadas em estampas, quadros e na publicidade. Marilyn Monroe chegou a começar como pin-up, mas elas costumavam ser estrelas menores (ver quadro Pendura essa).
Cabelo vintage, pele alva, batom vermelho e uma postura provocante, porém com algo de ingênuo, estão no manual da pin-up moderna. Gwen Stephany e Katy Perry adotaram o rótulo temporariamente, e outras acrescentam tatuagens à fórmula, como Pitty e a Kat Von D. Para quem ficou curioso, o site Pin Me Up (www.pinmeup.com.br) reúne fotos de meninas que seguem essa estética. O resultado varia entre humor involuntário e boas tentativas.
Pendura essa
Pin-ups de ontem e hoje
Betty Grable
A pioneira. Frequentemente fotografada de maiô, a atriz-cantora-e-dançarina foi eleita em 1943, pela revista Life, a dona das pernas mais belas de Hollywood.
Dita Von Teese
A ex do cantor Marylin Manson faz espetáculos em que capricha no pin-upismo, com direito a banhinho de champanhe em taça gigante e (exíguo) guarda-roupa inspirado no pós-guerra.
Bettie Page
Consagrou muito do que se reconhece hoje como estética pin-up, como fotos de biquíni e carinha-de-quem-está-gostando-demais. Dizem que, muito ingênua, participou de ensaios sadomasoquistas sem saber direito do que se tratava. Hugh Hefner, criador da revista Playboy, era seu fã.