Percy Jackson: relembre os deuses do Olimpo que apareceram na série
Sete olimpianos dão as caras na produção, renovada para uma nova temporada. Conheça mais sobre cada um – e seu parentesco com o protagonista.
Os fãs de Percy Jackson podem comemorar: no começo de fevereiro, a Disney anunciou que a série foi renovada para uma segunda temporada. A produção adapta a saga de livros do autor americano Rick Riordan, publicada entre 2005 e 2009, que traz o universo da mitologia grega para os dias de hoje.
Em oito episódios, a primeira temporada reproduz os acontecimentos do primeiro livro. Percy Jackson, um adolescente que vive em Nova York, descobre que é um semideus (filho de um deus do Olimpo com um humano). Não só: todas as criaturas mitológicas, de centauros a ninfas, também existem. Ao lado de seus amigos Grover e Annabeth, ele precisa encontrar o raio-mestre de Zeus e devolvê-lo antes que uma guerra entre as divindades comece.
Os mitos gregos
Muito do que conhecemos hoje sobre as histórias da mitologia grega vieram dos textos de Homero (Odisseia e Ilíada) e Hesíodo (Teogonia). Os dois foram importantes autores que registraram histórias e a cultura do povo grego.
Pelas obras, ficou estabelecida grande parte da hierarquia, relações e personalidades dos deuses do Olimpo. Nessas histórias, os deuses assumem características humanas. Nada de personagens perfeitos: eles também são cheios de falhas. Os deuses mentem, ameaçam, se vingam, brigam, traem.
“Essas coisas continuam fazendo sentido. Todas essas características que a gente vê, a tirania, a sede de poder, a vingança, o amor, o ódio, essas coisas são características humanas. Por isso que essa mitologia nos parece tão fascinante, porque ela é extremamente humana”, afirma Filipe Noé Silva, Doutor em História Cultural pela Unicamp.
Muitas dessas figuras deram as caras pela série, e às vezes pode ser difícil lembrar as características e história de cada um. Para ajudar, a gente conta um pouco sobre cada um dos olimpianos que apareceram na série:
Poseidon
O deus dos mares, oceanos, tempestades e terremotos. Filho dos titãs Cronos e Reia, Poseidon era irmão de Zeus e Hades, além de Hera, Deméter e Héstia.
Assim como o mar, Poseidon era conhecido por seu temperamento tempestuoso e inconstante. Ao mesmo tempo que podia ser benevolente, protegendo navegantes e guiando barcos por mares calmos, também era capaz de criar tempestades violentas e enchentes devastadoras.
O oceano pode ser belo e calmo, mas também brutal e perigoso. Poseidon é conhecido como um dos deuses mais poderosos do Olimpo, atrás apenas de Zeus.
Dionísio
O deus do vinho, das festas, da loucura, da inspiração e do teatro, Dionísio é retratado como um grande arroz de festa. Ele é filho de Zeus com uma mortal, Semele, e foi “parido” da coxa de seu pai.
Depois que ficou grávida, Semele foi enganada por Hera, esposa de Zeus: a mortal pediu para que Hera mostrasse sua forma divina. Zeus concordou, mas o choque foi grande demais para a mulher – e ela acabou morrendo. O deus salvou o feto e o abrigou em sua perna até que estivesse pronto para nascer.
Dionísio era o deus do vinho e seu culto era frequentemente marcado por festas e rituais com altas quantidades da bebida. Ele era o deus da inspiração, especialmente para a poesia, a música e o teatro.
Dionísio não é somente deus da alegria e dos prazeres carnais, mas também da loucura e destruição – convenhamos que o que separa estar felizinho e acabar passando vexame são algumas taças de vinho a mais.
Ares
O deus da guerra Ares é visto como impiedoso, violento e brutal. Ele é filho de Zeus e Hera, mas passa longe de ser o queridinho da família.
Ao contrário de sua irmã, Atena, que é vista como a deusa da estratégia militar e da sabedoria, Ares é mais fã da parte da briga. Ele personifica a ira dos combates e o sangue da batalha. Sua personalidade impulsiva e caótica faz dele um parente não muito agradável – ele quer mesmo é ver fogo no parquinho.
Ares não era muito popular nem com os mortais. Na Grécia Antiga, não era muito comum ter cultos em seu nome – as preces militares caíam, geralmente, no colo de Atena. Mas eles aconteciam, principalmente em cidades com histórico militar. Nas histórias de Homero, Ares lutou durante a Guerra de Troia.
Hefesto
Filho de Zeus e Hera, o deus do fogo, da metalurgia, e dos artesãos não teve uma infância fácil. Quando nasceu, Hera percebeu que ele tinha os pés tortos. Envergonhada pela deficiência do filho, jogou a criança do topo do monte Olimpo.
Depois de passar um dia inteiro em queda, Hefesto caiu no oceano e foi salvo por duas ninfas do mar. Ele passou sua infância em uma caverna vulcânica aperfeiçoando suas habilidades em metalurgia.
Para retornar ao Olimpo, Hefesto bolou uma armadilha: ele criou um belo trono dourado e o deu de presente a sua mãe, Hera. No momento em que ela se sentou, ficou presa, sem poder se levantar. Os outros deuses tentaram libertá-la, mas sem sucesso.
Dionísio, então, embebedou Hefesto e o trouxe à força até o monte Olimpo. Lá, ele disse que libertaria Hera se pudesse se casar com Afrodite. Seu pedido foi aceito e o deus da metalurgia se casou com a deusa da beleza – mesmo que ele não fosse lá tão charmoso.
Hermes
Hermes é um grande faz-tudo da mitologia grega. Ele é mais conhecido como deus dos mensageiros, mas ele também é a divindade do comércio, dos viajantes, dos ladrões, da trapaça, dos atletas, dos pastores e dos rebanhos. Ele é famoso por sua astúcia e inteligência, que usa para enganar os outros, com truques ora para ganho pessoal, ora pela simples diversão.
Ele também é filho de Zeus, só que com Maia, uma das plêiades – sete mulheres transformadas em estrelas. Hermes também é deus das estradas, das entradas e saídas. Por sua facilidade em se locomover, graças as suas sandálias aladas, ele é responsável por fazer a correspondência entre o mundo mortal, o mundo dos deuses e o submundo – além de conduzir as almas dos mortos até o pós-vida.
Hades
Hades é irmão de Zeus e Poseidon, também filho de Cronos. Um erro comum é pensar que Hades é o deus da morte, mas esse cargo pertence a Tânato. Hades, na verdade, é o deus dos mortos e rei do submundo.
Na mitologia grega, o submundo não é um sinônimo do que entendemos por “inferno”, segundo a concepção cristã. Para os gregos, o submundo é simplesmente o lugar em que cada alma vai receber o seu merecido destino: os heróis receberão glória, as almas boas serão recompensadas, os mortais comuns viverão um pós-vida mediano e as almas perversas sofrerão punição e sofrimento eternos.
Hades não é um deus malvado, como alguns filmes e histórias o retratam (atenção Hércules, da Disney, é sobre você que eu estou falando). Ele é simplesmente o juiz do submundo, que tenta designar cada alma a sua merecida situação pós-vida. Alguns relatos mitológicos afirmam que Hades era um deus reservado, que raramente se metia em rolos no mundo dos mortais e preferia cuidar do seu trabalho no andar debaixo.
Zeus
O rei dos deuses também é filho do titã Cronos e, apesar de ser o caçula, é o mais poderoso dentre seus irmãos. Deus dos raios e dos céus, ele comanda o Olimpo de forma autoritária.
Quando seus irmãos nasceram os devorou – ele tinha medo que seus filhos fossem mais poderosos que ele e o tirassem do trono. Zeus, o mais novo, foi salvo pela sua mãe, Reia. Ele ficou escondido na ilha de Creta sob o cuidado de ninfas.
Depois de crescido, Zeus enfrentou Cronos, salvou seus irmãos de dentro da barriga do titã e tomou o trono entre os deuses. Cronos foi cortado em pedacinhos e atirado no fundo do Tártaro, a parte mais profunda do submundo.
Zeus é a figura mais famosa da mitologia grega. Um dos motivos desse reconhecimento são as suas aventuras amorosas. Como você já deve ter percebido, Zeus tinha muitos filhos – muitos mesmo. Ele teve relações com outras deusas, ninfas e mortais, gerando vários descendentes semideuses, como Hércules, Helena de Troia e Perseu. Isso sempre era motivo de conflito e inveja de sua esposa, Hera, dando gás para várias das histórias da mitologia.
Os mitos de Zeus costumam explorar temas de força e autoridade, revelando o caráter punitivo e poderoso de sua personalidade e de seus raios. O rei do Olimpo governa buscando ordem tanto entre deuses quanto entre mortais – por mais que, diversas vezes, suas decisões sejam tendenciosas e egoístas. Assim como os outros deuses, ele é cheio de características e falhas humanas.