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Pierre Verger ,fotógrafo viajante

Francês de nascença, baiano de coração, viajante por vocação, Pierre Verger estaria fazendo 100 anos. Suas imagens, clicadas em 50 anos de viagens pelos cinco continentes, revolucionaram a fotografia

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Atualizado em 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 31 jul 2002, 22h00

Denis Russo Burgierman / Alceu Nunes

África Brasil

Depois de 1948, quando já tinha escolhido Salvador como base, Verger foi várias vezes para a África, procurar lá as origens do que via no Brasil e mostrar imagens dos negros brasileiros. À direita, jovens beninenses olham uma foto de Verger tirada na Bahia

Francês convertido

Verger veio ao Brasil pela primeira vez em 1940. Naquela época, o bem nascido francês já tinha dado uma volta ao mundo. Em 1946, ele retorna para ficar. Esta foto, de 1948, mostra o porto em Belém do Pará

Correspondente de guerra

Para Verger, a fotografia, mais que um trabalho, era um pretexto para viajar. Mas, às vezes, ele precisava ganhar dinheiro. Aí aceitava trabalhos em agências de fotografia. Em 1937, foi cobrir a guerra sino-japonesa. Os conflitos não lhe interessavam – ele preferia o cotidiano das pessoas ao drama das batalhas. Mas aproveitou para passear pela Ásia – esta foto, de 1938, é do Laos

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Diversidade

Esta imagem, registrada em 1936 no Níger, é um bom exemplo da importância de Verger. Até então todas as fotos feitas por europeus na África mostravam os nativos em posição inferior. Verger foi um pioneiro ao retratá-los com dignidade

Sem rigor demais

Para o francês, mais importante que fazer um enquadramento clássico, perfeito, era mostrar as pessoas, suas paixões, sua alma. Esta foto, tirada em 1934 na China, mostra bem isso. Apesar do enquadramento “estranho” (as mãos estão cortadas), ela tem uma força impressionante

Olho no olho

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Exímio retratista, Verger não tinha pressa. Saía andando pelas ruas, “vagabundeando”, como dizia, à espera de um olhar. Esta imagem, capturada em um mercado do Benim, é um dos mais belos exemplos

Continente registrado

Verger fotografou muito na África – a fundação que leva seu nome, sediada em Salvador, guarda 16 000 negativos do continente. O mesmo acervo tem 22 000 negativos da América do Sul, 10 000 da Ásia, 8 000 da América do Norte e Central, 1 000 da Oceania e 4 000 da sua nativa Europa

Instante mágico

Esta foto de uma fonte em São Luís do Maranhão demonstra a busca de Verger pelo “instante mágico”, sua paciente espera para que a imagem se materialize na frente da Rolleiflex (câmera que fotografa com este formato quadrado)

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Paulicéia tranqüila

Uma curiosidade revelada agora, com a exposição que a Fundação Pierre Verger está organizando pelo Brasil para comemorar o centenário: o francês esteve em São Paulo em 1946 e fez cenas bucólicas como esta do prédio do Banespa

Soteropolitano

Verger apaixonou-se por Salvador e por sua cultura. Lá foi sua base entre viagens de 1946 a 1980, quando aquietou-se e se estabeleceu de vez. E lá morreu em 1996. Adorava pedalar pela cidade à procura de cenas como esta

Primeira impressão

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O Rio de Janeiro foi o primeiro contato de Verger com o Brasil, em 1940. Nessa passagem de dois meses, além da praia, o fotógrafo registrou o carnaval e outras manifestações culturais

Bico andino

Entre 1941 e 1946, antes de vir morar no Brasil, Verger viveu no Peru, onde arrumou um emprego fotografando monumentos incas para o Museu Nacional de Lima. Ele aproveitava para passear pela região. Esta imagem da Bolívia é dessa época

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Frases

Verger viajou pelos cinco continentes e deixou mais de 60 000 negativos

O fotógrafo francês encantou-se com a cultura brasileira e adotou o país para sempre

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