Planetário na telinha
A série de TV Cosmos transformou o astrônomo Carl Sagan num verdadeiro superstar da ciência
Rodrigo Cavalcante
Há documentários sobre quase tudo: de guerras e atores famosos a caranguejos albinos em alguma ilha no Pacífico… Imagine agora uma série de TV com a ambição de cobrir em 13 episódios todo o cosmo. Na noite de 25 de abril de 1982, depois do Fantástico, a Rede Globo colocou no ar o primeiro programa da série escrita e apresentada pelo astrônomo Carl Sagan (1934-1996). No melhor estilo new age – diante de um painel de cristais luminosos e embalado pela trilha de Vangelis –, Sagan levava às massas temas como a origem do Universo, a história das descobertas científicas e a possibilidade de voltarmos no tempo. Cerca de 400 milhões de pessoas em mais de 60 países acompanharam a série, que custou 8 milhões de dólares à emissora americana WECT. O resultado não podia ser melhor. Cosmos ganhou os prêmios Emmy e Peabody, provando ao mundo que a ciência dá audiência, desde que com uma produção caprichada e com o carisma de um cientista como Sagan – um dos poucos capazes de falar sobre física quântica sem provocar bocejos.