“Robô Selvagem”: diretor revela bastidores da nova animação da DreamWorks
Chris Sanders, que também dirigiu "Como Treinar o Seu Dragão", adaptou livro sobre robô que precisa viver em meio à natureza. Filme estreia em 10 de outubro
“Para sobreviver, a gente tem que se tornar mais do que foi programado para ser.” Esse é o lema de Robô Selvagem, nova animação da DreamWorks que acompanha Roz, uma robô que se perdeu na floresta e acaba tendo que se adaptar à natureza e às suas responsabilidades cuidando de um filhote de ganso.
Confira o trailer do filme:
A Super conversou com Chris Sanders, diretor da animação que estreia nos cinemas brasileiros no dia 10 de outubro. Sander comandou também Lilo & Stitch (2002) e Como Treinar o Seu Dragão (2010).
Robô Selvagem é uma adaptação de um livro homômino, best-seller infanto-juvenil do New York Times e publicado no Brasil pela Intrínseca. Peter Brown, o autor da obra original, contou à equipe da animação que a ideia inicial para a história surgiu de um desenho que ele fez de um robô em cima de uma árvore.
O coração da história já estava nesse primeiro desenho: uma máquina tendo que viver na selva, um robô que acorda num lugar para o qual ele não foi programado. “Essa não é uma história sobre IA”, afirma Sanders. “É mais sobre um robô pré-programado que está fora da sua zona de conforto. Um robô que precisa desafiar sua programação para sobreviver.”
Atores na animação?
O último filme de Sanders antes de Robô Selvagem foi seu primeiro live-action, O Chamado da Floresta, de 2020, estrelado por Harrison Ford. Dos aprendizados dessa experiência, ele cita passar mais tempo com os atores, pensando na criação das cenas com eles. Segundo Chris, a atriz Lupita Nyong’o foi essencial para a formação de Roz, a personagem principal do filme.
Lupita dublou a robô no áudio original, em inglês. O papel de um ator em uma animação não é só chegar depois que tudo está pronto e gravar suas falas num estúdio. “A voz é a primeira parte do processo”, conta Sanders. “Nós pegamos essas gravações, encontramos as vogais e consoantes e cronometramos tudo”. A voz dos atores, então, ajuda a guiar os movimentos e as expressões da animação.
Sobre os temas mais profundos discutidos pelo filme, Sanders acredita que, do mesmo jeito que Roz tem que aprender a ir contra sua programação e lidar com a natureza, os seres humanos também estão repensando seu jeito de interagir com a Terra.
“Nós não precisamos só jogar nossas mãos para o alto e falar ‘eu não posso ajudar’”, afirma Sanders. “Você pode fazer coisas além do que você acha que pode”. O filme é, nas palavras do diretor, sobre “aprender e estar disposto a mudar certas coisas”.
Em meio à crise climática, qual a importância de nos tornarmos mais do que fomos programados para ser? Resta saber se vamos levar esse desafio a sério.