Um estrategista militar analisou a Batalha de Winterfell (e criticou tudo)
A batalha recebeu várias críticas por parte dos fãs quanto à estratégia usada pelos personagens. Mas como esse episódio é visto por um especialista?
Aviso: Esse texto contém spoilers do primeiro ao último parágrafo. Você foi avisado 😉
A batalha mais esperada da história de Game of Thrones finalmente aconteceu. E por incrível que pareça, o exército dos vivos venceu. Esse desfecho parecia muito improvável levando em conta os rumos que o episódio estava tomando.
Foi por isso que Steve Leonard, estrategista militar que trabalhou por 28 anos para o exército americano, resolveu dar uma olhada no combate. Ele atualmente é escritor e até já contribuiu para o livro Vencendo Westeros: Como Game of Thrones explica os conflitos modernos, que será lançado em setembro nos Estados Unidos.
“O exército de Daenerys violou praticamente todos os princípios da arte da guerra, mas ainda conseguiu sair triunfante. A resistência de Winterfell consegue ser pior do que qualquer plano operacional na história da guerra”. A declaração de Steve sintetiza bastante sua análise.
Em menor número, enfrentando um exército de zumbis e ainda em plena noite, o exército do norte decide atacar praticamente sem nenhuma visibilidade (algo que os espectadores também puderam vivenciar assistindo ao episódio, já que muita gente reclamou da dificuldade de enxergar as cenas).
O estrategista destaca que os vivos não fizeram reconhecimento das tropas rivais e nem tinham postos de observação. A maior parte dos vivos viu os mortos pela primeira vez no momento do combate. Não havia nenhum método para conhecer e antecipar a abordagem, intenção e força do exército rival.
Mesmo assim, os Dothraki se lançam cegamente à batalha e acabam dizimados pelos zumbis. O resto das tropas permanece concentrado na frente dos únicos obstáculos úteis para deter ou ao menos retardar os inimigos. Os arqueiros também não foram muito úteis, já que estavam atirando para a escuridão e as flechas não tinham estabilidade nenhuma em meio à tempestade de neve.
Para Steve, o exército dos mortos de fato tinha uma estratégia bem melhor. Não sabemos até que ponto vai capacidade de raciocínio e organização dos White Walkers, mas se eles tinham princípios e objetivos a seguir, realmente fizeram tudo direitinho.
Os mortos concentraram suas forças no local e momento mais críticos da batalha. Eles sobrecarregaram as defesas de Winterfell. Mesmo quando a Melissandre ateou fogo aos espinhos que circundavam o castelo, o número absurdo de zumbis permitiu que alguns se sacrificassem (se é que isso é possível para mortos) para servir de “ponte” a seus companheiros.
Já o Rei da Noite assumiu seu papel de líder e observou suas tropas do alto, montado em Viserion. De acordo com o estrategista, essa liderança foi essencial para o monitoramento dos momentos em que os mortos deviam atacar ou esperar.
Do lado dos vivos, os planos não deram muito certo. O principal deles era colocar Brandon Stark em um espaço aberto — mas ainda dentro do castelo — e usá-lo como “isca” para o Rei da Noite. Bran estava extremamente exposto e protegido por uma força insuficiente. Quando os zumbis entraram no castelo, não tiveram dificuldade em matar quase todos os defensores.
Ao contrário de seus rivais, o Rei da Noite antecipou todas as estratégias dos inimigos e conseguiu chegar até Bran. A única variável com a qual ele não contava tem nome e sobrenome: Arya Stark. E somente ela foi responsável por matar o exército de mortos inteiro.
É assim que eles vencem a batalha. Não por mérito das forças de Jon e Daenerys, mas por uma só pessoa. Steve Leonard define a batalha como uma “receita pro desastre”. Ele também menciona e critica a “brilhante” ideia de refugiar a população nas criptas de Winterfell, um lugar recheado de — adivinhe só — mortos. Genial.
A conclusão final, com base nos comentários de Leonard, é que se você tiver uma batalha para lutar, pode fazer de tudo – menos usar Game of Thrones como base. A menos, é claro, que você tenha um membro dos Faceless Men à sua disposição, e um inimigo que possa ser derrotado por puro efeito dominó.