Boa parte dos confrontos da 2ª Guerra Mundial aconteceram longe da terra firme. Conheça algumas batalhas marinhas do cinema.
Texto: Alexandre Carvalho | Design: Andy Faria | Imagens: Getty Images
O Barco: Inferno no Mar (1981)
de Wolfgang Petersen
Abordar a 2ª Guerra Mundial do ponto de vista alemão é uma tarefa inglória. Mas o diretor Wolfgang Petersen conseguiu superar esse tabu reproduzindo uma experiência-limite, que vai além de qualquer nacionalismo: o drama de marinheiros tentando manter a própria humanidade dentro de um submarino – um U-boat apertado, escuro e com vazamentos. A tensão está sempre à flor da pele. E, pior para eles, com a Grã-Bretanha começando a virar o jogo na Batalha do Atlântico.
Para imprimir veracidade à angústia dos tripulantes, a produção mandou construir três modelos de submarinos em escala. Além de ter de se virar naquele aperto, os atores precisaram ser dublados, porque o barulho dos submarinos impedia a captação das vozes. Tudo foi filmado dentro dessas estruturas, não há parede falsa na cenografia, de modo que o espectador se sente de verdade dentro de uma lata de sardinha.
A produção chegou a temer represálias, quando o filme estreou num festival em Los Angeles, por conta da visão humanizada de um grupo de nazistas. Mas a plateia, com muitos judeus no meio, já foi aplaudindo o monólogo inicial: “40 mil marinheiros alemães serviram em U-boats durante a 2ª Guerra Mundial. 30 mil nunca retornaram”.
Fomos os Sacrificados (1945)
de John Ford
O diretor tinha acabado de voltar da 2ª Guerra, na qual filmou até o Dia-D. Então a memória dos combates estava fresca para esta exaltação das lanchas torpedeiras em batalhas do Pacífico. Nas filmagens, porém, Ford tratou mal o amigo John Wayne. Não se conformava que o valentão não tivesse se alistado.
A Raposa do Mar (1957)
de Dick Powell
No Atlântico Sul, um destroier americano descobre a presença de um submarino nazista. É quando começa uma verdadeira caça de gato e rato entre as embarcações – que também é uma disputa pessoal entre as habilidades do capitão Murrell (Robert Mitchum) e do comandante alemão Von Stolberg (Curd Jürgens).
O Mar é Nosso Túmulo (1958)
de Robert Wise
Depois de um ano em trabalho de escritório, o capitão (Clark Gable) de um submarino afundado pelos japoneses finalmente volta a comandar uma embarcação dessas na 2ª Guerra. Mas o homem está obstinado: quer vingança contra o destroier que o atingiu. E essa cegueira coloca sua tripulação em perigo.