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Arqueólogos encontram múmias do Egito Antigo com línguas e unhas de ouro

O metal precioso era usado para que os mortos pudessem conversar com o deus Osíris no "além".

Por Manuela Mourão
22 dez 2024, 12h00

Treze múmias com línguas de ouro foram encontradas em Al-Bahnasa, sítio arqueológico historicamente conhecido como Oxyrhynchus, ao sudoeste de Cairo. Descobertas desse tipo já tinham sido feitas antes, mas, dessa vez, há um acréscimo peculiar: as unhas das múmias também foram substituídas pelo material dourado.

A missão arqueológica é fruto de um trabalho conjunto entre pesquisadores da Universidade de Barcelona, na Espanha, e do Ministério da Cultura e Antiguidades do Egito. No sítio arqueológico, os pesquisadores descobriram uma série de túmulos decorados com gravuras e escritos coloridos. Além da coleção de múmias, encontraram também esqueletos, caixões, textos, pinturas e outros achados arqueológicos importantes. 

Os exemplares datam do Período Ptolomaico na historiografia do Egito, que vai de 305 a.C. até 30 a.C. Mohammed Ismail Khaled, Secretário Geral do Conselho Supremo de Arqueologia do país, enfatizou a importância da descoberta, e disse que muitos dos achados são inéditos no sítio.

De acordo com o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito, as línguas de ouro eram uma maneira de ajudar os mortos a se comunicarem no “além” com Osíris, deus dos mortos na mitologia local. Os egípcios antigos também acreditavam que o ouro era um metal divino e eterno. As unhas douradas são bem mais raras, mas associadas a poderes mágicos. 

Para o portal Livescience, a professora de egiptologia da Universidade Americana do Cairo Salima Ikram, que não esteve envolvida na nova pesquisa, disse que a quantidade de línguas de ouro encontrada é impressionante. “Possivelmente, os corpos pertencem a pessoas das altas elites ligadas ao templo e aos cultos de animais que proliferaram na área”, diz.

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Ester Ponce Milado, diretora de escavação da equipe espanhola, conta que, durante o trabalho, foram encontrados dois poços. No primeiro, um salão principal se dividia em três câmaras usadas como cemitério, com dezenas de múmias lado a lado. 

No segundo poço, as câmaras possuíam murais coloridos nas paredes, incluindo um que retrata o proprietário do cemitério, chamado “Wen-Nefer”, acompanhado por várias divindades egípcias, como Anúbis, Osíris, Aton e Hórus. No teto, a deusa do céu, Nut, foi a homenageada.

Imagem do barco funerário do deus Auf-Re
(Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades/Reprodução)
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Além disso, Hassan Ibrahim Amer, professor da Faculdade de Arqueologia da Universidade do Cairo e diretor das escavações da missão, conta em comunicado que, em um dos túmulos descobertos, 29 amuletos de “grande valor” foram observados. Entre eles, figuras de escaravelhos e ídolos como Hórus, Thoth e Ísis, além de uma estatueta de terracota do deus Harpócrates.

Fotos doa outros artefatos “de grande valor”, amuletos e estatuetas de divindades.
(Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades/Reprodução)

A descoberta não é novidade: o mesmo sítio já revelou algumas múmias com as línguas de ouro. Três anos atrás, a Super contou sobre ainda mais múmias encontradas com línguas de ouro, em Taposiris Magna, ao oeste de Alexandria, no Egito.

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