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Com 340 toneladas, esta baleia pode ter sido o animal mais pesado do mundo

Os fósseis de quase 40 milhões de anos da Perucetus colossus sugerem que ela tinha o dobro do peso da baleia-azul, o maior animal do mundo. Entenda a descoberta.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 3 ago 2023, 14h31 - Publicado em 3 ago 2023, 14h28

Em 2010, durante uma escavação no Peru, paleontólogos desenterraram a vértebra de um animal desconhecido. Parte do grupo ficou animada por encontrar um fóssil. Mas outros duvidaram e acharam que aquilo não seria um osso – e sim uma pedra.

Eram fósseis, no fim das contas – fósseis gigantes e de 39 milhões de anos. Os pesquisadores encontraram 13 vértebras (que pesavam 100 quilos cada), 4 costelas (de 1,4 metro de comprimento) e um osso de quadril. Eles pertenciam ao esqueleto do Perucetus colossus, a “colossal baleia peruana”, descrita pelos cientistas.

Após as escavações (que demoraram anos), os pesquisadores usaram escaneamento 3D para estudar a superfície dos ossos e os perfuraram para analisar o seu interior. Mesmo com o esqueleto incompleto, foi possível estimar o tamanho e o peso da baleia.

Segundo os cientistas, a baleia peruana poderia chegar a medir 20 m de comprimento – e pesar até 340 toneladas. A descoberta surpreendeu os pesquisadores, já que um animal desse tamanho é diferente de todos os fósseis já registrados, tanto em tamanho quanto em estrutura.

Em comparação, a baleia azul (o maior animal do mundo) pode medir até 30 m e pesa, normalmente, 150 toneladas (as maiores, 180 t). Pois é: elas são maiores que as suas antepassadas peruanas – mas as P. colossus, ao que tudo indica, eram mais pesadas.

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O que explica essa alta densidade do animal? Um dos motivos podem ser os seus ossos.

Tá osso

Em geral, ossos (incluindo os humanos) costumam ser esponjosos. Mas os da baleia peruana são especialmente densos (não à toa, foram confundidos com pedras). Eles também são bem grandes – maiores até do que os de baleias azuis.

Segundo os autores do estudo, publicado na última quarta (2) na Nature, os ossos densos sugerem que a espécie habitava águas costeiras e rasas. Eles funcionavam como pesos para manter os bichos debaixo da água, mas sem muito esforço.

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A aparência engraçada do P. colossus, com uma cabeça pequena em relação ao corpo (e que você vê na imagem que abre o texto), é uma suposição baseada na aparência de seus parentes, como o peixe-boi – que, vale dizer, têm ossos pesados que os ajudam a ficar no fundo do mar.

E como esse gigante se alimentava? Os cetáceos atuais – baleias, golfinhos, botos – são carnívoros, então os cientistas assumem que o P.colossus também era. As baleias azuis, por exemplo, comem basicamente krills, um tipo minúsculos de crustáceo (eles podem ser pequenos, mas elas comem porções tão grandes que compensa).

Contudo, as águas costeiras não suportam grandes populações de animais, mesmo os diminutos. A dieta da baleiona peruana permanece um mistério. Os pesquisadores esperam encontrar outros pedaços do P. colossus para completar as lacunas de sua aparência e estilo de vida – e para que se possa cravar, de uma vez por todas, que a espécie merece o cinturão de pesos-pesados do mundo animal.

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