Textos Fernando de Martini
No dia 15 de setembro de 1916, durante a Batalha do Somme, um tanque de guerra – o britânico Mark I – foi visto em ação pela primeira vez na história. Mas nem tudo era novidade nos fronts da 1a Guerra. Armas como o canhão 75 Modèle 1897, a metralhadora Vickers e o fuzil Gewehr já eram velhas conhecidas.
MARK I
TIPO: tanque de guerra.
PAÍS: Grã-Bretanha.
ARMAMENTO: 2 canhões e 3 metralhadoras leves.
POEDR DE FOGO – Este Mark I é o modelo “macho”, equipado com 3 metralhadoras leves e 2 canhões de 57 mm. A versão “fêmea” tinha metralhadoras pesadas no lugar dos canhões.
MOTOR – Sua potência limitava a velocidade a meros 5,9 km/h. O motor ficava no mesmo compartimento que acomodava os tripulantes. Resultado: barulho e calor quase insuportáveis.
BLINDAGEM – Para não ultrapassar suas já excessivas 28 toneladas, a blindagem do tanque tinha de ser menos espessa na traseira e nas laterais (6 mm) do que na frente (10 mm).
JANELINHA – Motorista e comandante tinham a melhor visão, com aberturas reguláveis à frente. Os demais ocupantes eram obrigados a se virar com pequenas fendas e periscópios.
LATA DE SARDINHAs – A tripulação da “carruagem do diabo”, como ficou conhecido o tanque Mark I, era composta de 8 pessoas: comandante, motorista, 2 mecânicos, 2 municiadores e 2 artilheiros.
RENAULT FT 17
TIPO: tanque de guerra.
País: França.
ARMAMENTO: um canhão Puteaux de 37 mm.
Bem mais leve que os britânicos, ele revolucionou o design de tanques quando surgiu, em 1917. E estabeleceu o padrão para o futuro: torre com giro de 360 graus e motor traseiro.
75 MODÈLE 1897
Tipo: canhão de campanha.
País: França.
Calibre: 75 mm.
Símbolo da fase inicial da guerra, de movimento, tinha o sistema de recuo mais moderno da época, evitando que a pontaria tivesse de ser refeita a cada disparo. Vinha daí o seu ponto forte: a alta cadência de tiros – 15 por minuto.
VICKERS
Tipo: metralhadora.
País: Grã-Bretanha.
Calibre: 7,7 mm.
Foi uma das armas mais mortais durante a guerra de trincheiras. Assim como a alemã Maschinengewehr 08, ela derivava de uma revolucionária metralhadora automática projetada por Hiram Maxim, em 1894.
MAUSER GEWEHR 98
Tipo: fuzil.
País: Alemanha.
Calibre: 7,92 mm.
Fuzis como este, usados também com baionetas, foram a arma básica dos soldados em todas as fases da guerra e sofreram poucas alterações durante o conflito. Esta versão, de 1918, tinha carregador para 20 cartuchos.
Combate no mar
UBIII
TIPO: submarino.
PAÍS: Alemanha.
ARMAMENTO: 10 tubos de torpedos de 500 mm e 1 canhão de 88 mm.
MOTOR A DIESEL – Os dois motores diesel de 550 HP, que respondiam pelo deslocamento na superfície, tornavam a operação mais segura que a de outros submarinos da época, que usavam motores a gasolina.
MOTOR ELÉTRICO – A propulsão submersa, por motor elétrico de 788 HP, era garantida por baterias que acumulavam energia quando o U-boat se deslocava na superfície.
CENTRO DE CONTROLE – Os periscópios alemães eram mais modernos e precisos que os das outras Marinhas de Guerra, ainda que a Alemanha fosse considerada uma retardatária no desenvolvimento de submarinos.
TORPEDOS – O UBIII carregava 4 torpedos nos tubos de proa, 1 no tubo de popa e 5 de recarga. Nos meses finais da guerra, a maioria dos ataques dependia deles, já que a intensa perseguição aos U-boats diminuia as chances de uso do canhão instalado no convés.
CASCO – Os submarinos da classe UBIII eram construídos com dois cascos de aço. O interno, resistente à pressão, acomodava equipamentos e os 34 tripulantes. O externo tinha funções hidrodinâmicas.
IRON DUKE
Tipo: encouraçado.
País: Grã-Bretanha.
Armamento principal: 10 canhões de 343 mm.
Foi a nau capitânia da frota britânica na lendária Batalha da Jutlândia. Seus canhões disparavam projéteis de 635 kg. O poderoso armamento secundário era composto de 12 canhões de 152 mm instalados em casamatas.
DERRFLINGER
Tipo: cruzador de batalha.
País: Alemanha.
Armamento principal: 8 canhões de 305 mm.
Na Jutlândia, foi duramente atingido. Mas não afundou, graças à blindagem mais espessa que a dos cruzadores de batalha inimigos. Em compensação, seus projéteis de 405 kg explodiram sua contraparte britânica, o Queen Mary.
SCHARNHORST
Tipo: cruzador blindado.
País: Alemanha.
Armamento principal: 8 canhões de 210 mm e 6 de 150 mm.
Nau capitânia do Esquadrão Asiático, cuja missão era interromper as rotas de comércio britânicas no Pacífico. Era bem armado para a categoria, mas não foi páreo para os cruzadores de batalha no confronto das Falklands.
CLASSE V
Tipo: contratorpedeiro.
País: Grã-Bretanha.
Armamento principal: 4 canhões de 102 mm e 4 tubos de torpedos de 533 mm.
Os navios desta classe entraram em serviço em 1917. Seu design inovador, com canhões sobrepostos, tornou-se o padrão para os contratorpedeiros das décadas seguintes.
Combate no ar
Apenas 8 anos depois do vôo de Santos Dumont com seu 14 Bis, o avião já era usado como arma. Caças, bombardeiros, reconhecedores e dirigíveis desempenharam um papel importante na 1ª Guerra – mapeando posições inimigas, lançando ataques sobre as trincheiras e bombardeando cidades.
SPAD S.VII
TIPO: caça.
PAÍS: França.
ARMAMENTO: uma metralhadora de 7,7 mm.
CONTROLE – Seja nos ailerons das asas ou nas superfícies móveis da cauda, o controle era feito por cabos ligados ao manche e aos pedais da cabine.
ESTRUTURA – Com duas longarinas de madeira reforçadas por cabos de aço, as asas eram robustas e não se rompiam nos mergulhos em alta velocidade.
POTÊNCIA – O caça SPAD S.VII foi projetado para aproveitar ao máximo a potência do motor Hispano-Suiza de 180 HP, que garantia boa velocidade ao avião.
METRALHADORA – O ponto fraco deste avião francês era seu limitado poder de fogo. Ele levava apenas uma metralhadora, enquanto os caças alemães tinham duas.
TIRO AO ALVO – A metralhadora atirava nos intervalos do giro da hélice graças a um mecanismo interruptor usado pela primeira vez nos caças Fokker E.I.
NA LONA – As rodas eram cobertas de lona, assim como a fuselagem e as asas. Estruturas metálicas só começaram a ser usadas a partir da década de 1930.
FOKKER D VII F
Tipo: caça.
País: Alemanha.
Armamento: duas metralhadoras de 7,92 mm.
Considerado o melhor caça alemão da guerra, o D VII venceu uma concorrência com 30 protótipos antes de começar a ser fabricado, em 1918. Seu ponto forte: era fácil de pilotar, ajudando pilotos novatos a vencer adversários experientes.
RAF R.E. 8
Tipo: reconhecedor.
País: Grã-Bretanha.
Armamento: duas metralhadoras de 7,7 mm.
A Royal Aircraft Factory (RAF) produziu bons aviões, mas também modelos medíocres – como este, um reconhecedor ao qual pilotos e observadores tentavam sobreviver. O R.E. 8 era difícil de manobrar e pousar e se incendiava facilmente.
HANDLEY PAGE 0/400
Tipo: bombardeiro.
País: Grã-Bretanha.
Armamento: 3 a 5 metralhadoras de 7,7 mm e até 12 bombas de 51 kg.
Foi o primeiro bombardeiro britânico considerado eficaz em combate. Mas, apesar dos motores potentes, seu peso excessivo limitava a capacidade de transportar bombas.
LZ 62
Tipo: dirigível.
País: Alemanha.
Armamento: Até 10 metralhadoras de 7,92 mm e 7,6 toneladas de bombas.
Deu início a uma série de 16 superzepelins que formaram a base da ofensiva estratégica alemã. No total, cumpriu 10 missões de bombardeio pesado contra a Grã-Bretanha.