(Pedro Santiago Barbuto, Rio de Janeiro, RJ)
Depois que os mouros dominaram a Península Ibérica, no século VIII, os espanhóis – originalmente de pele bem branca – passaram a ter filhos mais morenos, como a maioria de sua população atual, devido à miscigenação com os invasores. A aristocracia, no entanto, orgulhava-se de não ter se misturado àquele povo de pele quase negra e apontava para as próprias veias, onde parecia correr sangue azul, como se isso fosse prova de uma ascendência mais nobre. De fato, o sangue venoso tem aspecto azulado se visto através da superfície da pele, ainda mais se esta for clara, acentuando o contraste de cores. Daí em diante, a expressão “sangue azul” percorreu o planeta como sinônimo de nobreza. Essa, pelo menos, é a versão mais aceita, encontrada em World Wide Words, do inglês Michael Quinion, bíblia da etimologia mundial.