Equipe de busca acredita ter encontrado o avião perdido de Amelia Earhart
As imagens de sonar não são claras – e ainda não temos certeza se é o avião da pilota. Contudo, esse é um primeiro passo na investigação do desaparecimento misterioso.
Amelia Earhart foi a primeira mulher a cruzar o Oceano Atlântico pilotando um avião, sozinha. Ela realizou esse feito em 1928 e virou um grande símbolo da luta pela igualdade de gênero. Em 1937, ela se propôs a um desafio maior: dar uma volta ao mundo pelo céu. Infelizmente, essa aventura não teve um final feliz. Ela e seu navegador, Fred Noonan, desapareceram após um acidente no Pacífico. O motivo da queda ainda é desconhecido. Nem seu corpo nem o avião foram encontrados até hoje.
Contudo, um explorador oceânico acredita ter solucionado esse mistério: Tony Romeo, piloto e ex-oficial de inteligência da Força Aérea dos EUA, afirma ter encontrado os destroços do avião pilotado por Earhart no fundo do oceano, entre o Havaí e a Austrália.
Romeo era um investidor imobiliário que, em 2012, vendeu seus imóveis e gastou US$ 11 milhões para financiar uma expedição atrás dos vestígios do veículo. Ele comprou de equipamentos de alta tecnologia para auxiliar nas buscas, sob a empresa Deep Sea Vision.
Em setembro de 2023, uma equipe da empresa partiu de Kiribati, no Pacífico Sul, a bordo de um navio de pesquisa. Trabalhando em turnos de 36 horas, a tripulação de 16 pessoas usou um drone submarino equipado com sonar para vasculhar o fundo do mar, examinando cerca de 13,5 mil quilômetros quadrados.
Três meses depois do início da viagem, a equipe encontrou algo incomum. Ao revisar imagens feitas pelo sonar, eles notaram um objeto misterioso, com o formato e tamanho aproximado de um avião. O registro foi feito a cerca de 160 quilômetros da Ilha Howland, na região onde os especialistas acreditam que o avião de Earhart tenha caído. O objeto está a quase 5 quilômetros abaixo da superfície.
Naquela altura da viagem, porém, já era tarde e longe demais para retornar ao local e tentar fotos melhores, já que a equipe estava ficando sem recursos. Além disso, a câmera do drone estava quebrada, então, mesmo se voltassem, não conseguiriam fotos novas nem melhores.
As imagens de sonar foram postadas no Instagram da empresa.
“Em 2 de julho de 1937, Amelia Earhart e o navegador Fred Noonan decolaram de Papua Nova Guiné, aproximando-se do fim de sua jornada recorde ao redor do mundo para nunca mais serem vistos – até hoje. A Deep Sea Vision encontrou o que parece ser o Lockheed 10-E Electra de Earhart”, escrevem no post.
“Esta talvez seja a coisa mais emocionante que farei na minha vida”, disse Romeo ao Wall Street Journal. “Sinto-me como uma criança de 10 anos em busca de tesouros.” Ele também afirma que a empresa vai procurar revisitar o local à procura de mais pistas – dessa vez, com câmeras, e não sonares.
Caso (ainda não) resolvido
Apesar da empolgação, as imagens do sonar não são suficientemente detalhadas para fazer quaisquer afirmações definitivas; pelo menos, por enquanto. Embora o formato lembre, sim, uma aeronave, um sonar não é 100% preciso – as imagens tem baixa resolução e não conseguem distinguir detalhes. Até que uma câmera visualize o objeto, não tem como ter certeza.
Idealmente, missões futuras devem procurar detalhes importantes para identificar o avião: o número de registro ou até mesmo dimensões e formas do modelo com mais clareza. Tudo isso pode ajudar a traçar correspondências com o modelo usado por Earhart.
Um primeiro passo importante foi dado. A próxima etapa é investigar mais a fundo e, quem sabe, resolver esse mistério aeronáutico de uma vez por todas.