Aos 28 anos, o médico vienense Sigmund Freud (1856-1939) tinha uma certeza: a cocaína era fundamental para curar as “doenças da alma” – ele inclusive usava a droga, diluída em água. Os primeiros resultados foram animadores, mas aos poucos ele percebeu que os pacientes estavam virando viciados. A coisa já estava saindo do controle quando Freud deu uma guinada: largou a droga para investigar o inconsciente de cara limpa. Saiba como essa experiência fracassada deu origem à psicanálise.
Os altos e baixos de Freud com a cocaína
CURIOSIDADE
Empenhado em tratar as “doenças da alma”, Freud ouve falar da cocaína, então uma poderosa droga lícita, usada para aliviar dores.
TESTE
Freud passa a experimentar e prescrever cocaína em 1884. No artigo Sobre a Coca, fala sobre efeitos da droga e seus possíveis usos terapêuticos.
HÁBITO
O pai da psicanálise também fazia uso pessoal da droga, em épocas de crise pessoal. Importante: ele não cheirava, consumia cocaína diluída em água.
EUFORIA
Entusiasmado com resultados iniciais, Freud usa cocaína em casos de hipocondria, neurastenia, histeria, melancolia e prostração nervosa.
RESSACA
A longo prazo, a cocaína mostra-se mais maléfica que benéfica: Freud para de consumi-la em 1895 e de prescrevê-la em 1899. Sua decepção com drogas o leva a estudar um tratamento alternativo, sem medicamentos, baseado na fala. Daí surgiria a psicanálise.
Fontes Um Affair Freudiano: Os Escritos de Freud sobre a Cocaína, de Oscar Cesarotto; Décio Gurfinkel, membro do departamento de psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.