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Lost :perdidos no tempo

Produtores de Lost entregam a chave dos maiores mistérios da ilha: viagens no tempo.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h20 - Publicado em 31 ago 2007, 22h00

Texto Alexandre Versignassi

A 4ª temporada de Lost já começou. Fora da TV, mas começou. Foi em julho, na Comic Con, a maior feira de cultura pop dos EUA. Lá, os produtores da série, Carlton Cuse e Damon Lindelof, deram uma palestra e, no finalzinho, apresentaram um vídeo no telão. Um vídeo que, para muitos fãs, entrega o grande segredo da trama.

Trata-se de um daqueles “filmes de orientação da Iniciativa Dharma”, também com o misterioso cientista oriental dando instruções. Com a palavra, o próprio: “Olá. Sou o Dr. Edgar Halowax, e este é o filme de orientação para a estação 6 da Iniciativa Dharma. As propriedades únicas desta ilha criaram um tipo de efeito Casimir que nos permite…” Corta, como se faltasse um pedaço do filme. Mas não tem problema. O efeito Casimir é uma teoria formulada em 1948 pelo físico holandês Hendrik Casimir e aprimorada ao longo de décadas por vários cientistas, entre eles Stephen Hawking. O que ele permite? Viajar no tempo.

Vamos por partes. O efeito Casimir lida com uma das proposições mais surreais da física quântica: a de que o espaço vazio não é exatamente vazio. Ele é permeado por uma coisa chamada energia do vácuo – uma força que está distribuída igualmente em cada milímetro do Universo. Inclusive dentro do nosso corpo. Como a intensidade dessa força é a mesma em todos os cantos, não dá para perceber que ela existe. Mas que ela está em todo lugar, está. É como se vivêssemos no fundo de um mar que, em vez de moléculas de água, seria formado por partículas da tal energia do vácuo.

Bom, o efeito Casimir acontece quando você usa equipamentos de laboratório para furar esse mar de energia. Não é preciso muito: pegue uma boa dose de força eletromagnética, duas placas de metal, uma de frente para a outra, e voilà: o eletromagnetismo “suga” a energia do vácuo no meio das placas. Entenda isso como cavar um buraco no nada. E o nada entre as placas se torna o lugar mais vazio do Universo.

Agora vamos à viagem no tempo propriamente dita. Segundo Stephen Haw­king e outros cientistas, isso de furar o vazio significa abrir aquilo que os astrofísicos chamam de buraco de minhoca – um rasgo no espaço e no tempo. Em outras palavras, um portal para viajar ao passado e ao futuro.

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O único problema é que, com a tecnologia disponível hoje, o espaço entre as duas placas de metal precisa ser menor que a espessura de um átomo para que o efeito Casimir aconteça no meio delas. Aí, mesmo que realmente haja um portal do tempo lá dentro, ele não tem muita utilidade.

Os físicos só enxergam um jeito para engrossar o portal: injetar uma quantidade quase infinita de energia lá dentro. Onde conseguir tudo isso? Na misteriosa ilha de Lost, claro.

Olha só: quando o filme de orientação volta, o Dr. Halowax reaparece no laboratório segurando um coelho nos braços. Um coelho que tem o número 15 pintado no pêlo. E diz: “O campo que vocês vão estudar é perigoso. Mas vamos demonstrar nossos elaborados meios de segurança…” De repente acontece um acidente na cena: outro coelho surge do nada numa prateleira, também com o número 15 pintado. É o mesmo coelho em dois lugares ao mesmo tempo! O cientista se afasta e o povo do laboratório entra em pânico:

Dr. Halowax: Não deixe um chegar perto do outro! Para quando você ajustou o intervalo?

Assistente: Negativo 20.

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Dr. Halowax: Por quanto tempo?

Assistente: Nove minutos, mas nós ainda estamos aprendendo a…

Dr. Halowax: Por que vocês ainda estão filmando?

Fim do filme. O que aconteceu? A interpretação da Super é a seguinte: o Dr. Halowax iria mostrar o coelho viajando no tempo. Mas a equipe errou nos ajustes: mandou o bicho voltar 9 minutos ao passado. Tempo demais, e ele apareceu antes do que deveria. Os dois coelhos são o mesmo indivíduo. Só que um é o do presente e outro acabou de vir de 9 minutos no futuro.

As viagens no tempo, então, são a chave dos mistérios da ilha? Esse vídeo é uma bela pista de que sim. Mas existem outras. Desmond, por exemplo, parece ter entrado em um buraco de minhoca, pois realmente voltou para 1996 durante algumas horas. Outra: Locke e o misteriosíssimo Jacob parecem ser a mesma pessoa – do mesmo jeito que os dois coelhos de Halowax são o mesmo coelho. E isso abre para uma hipótese aterradora: Locke pode ter voltado no tempo uns 100 anos, começando, ele mesmo, toda a saga da ilha de Lost. Como os dois Lockes parecem ter a mesma idade? Bom, sabemos que tem gente na ilha que simplesmente não envelhece… Essa e outras peças do quebra-cabeça temporal da série estão no boxe ao longo desta matéria. Hora de montá-las.

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Os produtores Cuse e Lindelof podem ajudar. Eles já deixaram escapar algo importante sobre o fator tempo ao responder uma pergunta de fã no site da revista Entertainment Weekly. A questão era sobre dois esqueletos que os heróis encontram na 1ª temporada. Cuse diz: “A resposta tem a ver com a natureza do tempo na ilha”. E Lindelof emenda: “Quando tudo estiver dito e resolvido na série, as pessoas vão olhar para esses esqueletos e dizer: ´Aí está a prova de que eles [os roteiristas] sempre souberam que a história nos levaria a isso”.

“Isso” o quê? Agora você já tem elementos para imaginar. Namastê.

Em busca do tempo perdido

As pistas que solucionam o mistério de Lost

Texto Nina Weingrill

1) Através do espelho

O último episódio da 3ª temporada, Through the Looking Glass, é uma referência ao livro Alice Através do Espelho, em que o tempo corre para a frente e para trás simultaneamente.

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2) Ele não envelhece

Vai dizer que não reparou que o jovem Richard Alpert (o “hostil” que Ben conhece quando criança) não envelhece? Pode ser que o tempo realmente tenha parado para ele. As vestimentas do jovem Richard, que podem ser do século 19 – assim como as de Jacob –, indicam que ele e todos os outros hostis são da mesma época que o navio Black Rock. Podem muito bem ter vindo parar na ilha dentro dele. Tem mais. Em um diálogo, Ben diz a Richard: “Você ainda sabe o que é fazer aniversário?”, como se Richard já tivesse esquecido de envelhecer.

3) O turista Desmond

No episódio da 3ª temporada com flashbacks de Desmond, fica a impressão de que ele viajou no tempo depois de ter girado a chave da escotilha. Pois realmente viajou. Mais especificamente para 1996, quando está prestes a pedir Penny em casamento. Quem confirmou a viagem no tempo foi um dos produtores de Lost, Damon Lindelof, no podcast oficial da série.

4) Jogo de letras

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O nome da companhia que recruta as pessoas para irem à ilha, no episódio Not in Portland, é Mittelos Bioscience. Mittelos é um anagrama para lost time, “tempo perdido”, ou time slot (“intervalo de tempo”). Segundo o produtor Carlton Cuse, um anagrama desse episódio esclarecer a natureza diferente do tempo da ilha. ]]

5) Dois coelhos

No fim da 3ª temporada, John Locke finalmente vai até Jacob, o chefão de Ben. Pois muitos lostmaníacos acham que Jacob é o próprio Locke. Na velocidade normal da TV, não dá pra ver quem é Jacob. Mas, analisando a tomada frame a frame, surge um rosto – com uma incrível semelhança com John Locke. Seria uma pessoa encontrando a si mesma em outro tempo.

6) Sr. e srª hawking

O cientista Stephen Hawking é recorrente em Lost. A senhora que não deixou Desmond comprar um anel para a namorada se chamava Miss Hawking. Na 3ª temporada, um dos Outros aparece lendo o livro Uma Breve História do Tempo, em que o cientista fala sobre viagens no tempo.

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