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De que morriam os brasileiros antigamente?

A época em que os brasileiros faleciam de maneira ridícula

Por André Larcher
Atualizado em 10 jul 2018, 15h58 - Publicado em 6 dez 2005, 22h00
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  • Houve um tempo em que se morria de cupim nos pés e de cãibra no sangue. Ao menos é o que consta nos livros de óbitos brasileiros escritos até meados do século 19, estudados por pesquisadores de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Na época, os responsáveis por determinar a causa das mortes eram os padres, que não tinham lá muita noção do que faziam. Às vezes, atestavam simplesmente que a vítima “faleceu de repente”.

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    Durante mais de 300 anos, os defuntos foram enterrados no interior ou nas imediações das igrejas brasileiras. “Ser sepultado nas dependências das paróquias ajudaria a chegada ao paraíso”, diz o historiador Luis Soares de Camargo, um dos pesquisadores que estudam o tema. A prática passou a ser contestada por médicos sob a alegação de que as tumbas próximas da população atentavam contra a saúde pública.

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    Assim, os enterros nas igrejas começaram a ceder espaço aos cemitérios públicos, construídos a partir de 1850. “Já nessa época havia pressão dos intelectuais para que os corpos fossem examinados por médicos, não mais por párocos, em virtude do rigor científico”, afirma o historiador. Os sepultamentos em paróquias ficaram proibidos em 1889, com a Proclamação da República. E, junto com eles, acabou o humor involuntário nos atestados de óbito.

    Causa mortis

    Ano: 1768
    Nome: Maria Antônia
    Causa da morte: Alienação dos sentidos

    Ano: 1771
    Nome: Côgeno Tomé Pinto
    Causa da morte: Subitalmente, porque o acharam morto na cama

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    Ano: 1859
    Nome: João
    Causa da morte: Cãibra no sangue

    Ano: 1860
    Nome: João (escravo)
    Causa da morte: Congestão cerebral

    Ano: 1860
    Nome: Francisco Antonio
    Causa da morte: Cupim nos pés

    Ano: 1861
    Nome: Maria Joana das Dores
    Causa da morte: Apressadamente

    Ano: 1861
    Nome: Hermenegildo
    Causa da morte: Morte repentina envolto em cetim vermelho

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    Ano: 1862
    Nome: Joaquim de Jesus
    Causa da morte: Ataque cerebral

    Ano: 1862
    Nome: João Baptista
    Causa da morte: Mal de fogo

    Ano: 1862
    Nome: Paixa
    Causa da morte: Quabradeira de espinhaço

    Ano: 1868
    Nome: João
    Causa da morte: Marasmo

    Fontes: Registros extraídos em leitura paleográfica pelo historiador José Luiz Cavalcante dos livros de inumação da Cúria Metropolitana de São Paulo e do Arquivo Histórico Municipal Washington Luís

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