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O que estávamos fazendo lá?

Saiba mais sobre o ônibus espacial norte-americano e o acidente que o desintegrou.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h25 - Publicado em 28 fev 2003, 22h00

Verônica Magalhães

Os motivos da explosão do ônibus espacial norte-americano, em 1º de fevereiro, permanecem desconhecidos. A Columbia se desintegrou ao reingressar na atmosfera e matou sete pessoas, reacendendo a discussão sobre a real necessidade de mandar missões tripuladas ao espaço. Afinal, o que eles faziam lá? Levavam 91 experimentos a bordo, certo. Mas máquinas e robôs não poderiam substituí-los?

Nos Estados Unidos, o debate esquentou. Para Paul Krugman, professor da Universidade de Princeton, os melhores resultados das viagens espaciais, tanto científicos quanto práticos, vêm dos veículos não-tripulados e dos satélites. “Excetuando o conserto do telescópio Hubble, temos enviado pessoas ao espaço apenas para mostrar que somos capazes”, diz. O professor de Engenharia Aeroespacial da Universidade de Maryland, David Akin, discorda. Para ele, a presença de pessoas no espaço é um investimento no futuro da humanidade. “Elas fazem pesquisas básicas que podem não ter aplicações imediatas, mas abrem caminho para novas descobertas”, afirma.

Uma das razões para mandar seres humanos ao espaço não é para que eles pesquisem alguma coisa, mas para que sejam pesquisados. “Se pretendemos futuras conquistas no espaço, não há outra alternativa de pesquisa em fisiologia humana, por exemplo”, afirma o coordenador do programa brasileiro da Estação Espacial Internacional (ISS), Petrônio Noronha de Souza. Servir de cobaia era mesmo uma das funções da tripulação da Columbia. Em seus corpos estariam respostas para os processos de perda de massa muscular e óssea e os distúrbios do sono no espaço, por exemplo.

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Para a ciência, é a microgravidade que faz do espaço um ambiente especial. Para experimentar seus efeitos, havia, no interior do Columbia, quatro toneladas de equipamentos. Muita coisa estava lá por puro marketing do programa espacial da Nasa, como a curiosa coleção de lagostas, formigas, aranhas, abelhas, peixes e ratos embarcados por estudantes de escolas de seis países, na feira de ciências mais cara da história.

Deixando as relações públicas de lado, a Columbia tinha a bordo culturas de células, para pesquisar o crescimento de tumores. Proteínas foram levadas ao espaço para que os cientistas pudessem construir moléculas perfeitas (que não sofrem as deformações impostas pela gravidade) e entender o papel delas na causa de doenças. Essas pesquisas têm aplicações tão variadas quanto o desenvolvimento de novas drogas e a melhora do refino da gasolina.

Os cientistas fizeram três experimentos sobre formas de combustão que produzam menos fuligem (um dos principais fatores de desgaste de máquinas e poluição do ar). Eles criaram a chama mais fraca de que se tem notícia, 200 vezes menor que a produzida por um palito de fósforo. A tudo isso, resta uma pergunta: vale a pena?

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Raio x da missão

Por dentro do ônibus espacial

Fabricação – Março de 1979

Vôo inaugural – 12 de abril de 1981

Reformas – Três, ao custo de US$ 70 milhões

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Peso – 80 100 kg

Némero de missões – 28

Carga – 4 toneladas

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Órbita – 283 km de altitude e 28 mil km

Momento da explosão – 60 km de altura e 21 250 km/h

Duração – 15 dias, 22 horas e 17 minutos

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Risco de explosão na reentrada – 1/350

Custo da carga – US$ 78 milhões

Tripulação – Sete astronautas (dois médicos, um físico, três engenheiros e um ex-piloto de provas)

Experimentos – Sete de sistema cardiovascular, cinco de sensação de gravidade, 13 de perda muscular e óssea, 25 de estresse, ciclo vital de animais e sistema imunológico, três de sistemas de suporte, quatro meteorológicos e atmosféricos, 18 de ciências físicas, nove de desenvolvimento de novos produtos e sete de novas tecnologias

Slogan da Nasa – “Melhorar a vida aqui, expandir a vida lá, encontrar vida além”

Brasileiro a bordo

Era um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre fenômenos eletromagnéticos raros. Os sprites e elves (fadas e duendes, em inglês), conhecidos há dez anos, não haviam sido fotografados do espaço. “Os sprites são raios que surgem entre 15 e 80 quilômetros de altura. Elves aparecem entre 80 e 90 quilômetros e são mais raros ainda”, diz Osmar Pinto, do Inpe. Em 19 de janeiro, a nave registrou pela primeira vez um elve (foto).

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