(Gabriel Cerone Molinari, Rincão, SP)
O conceito de pecado – como transgressão contra a vontade de Deus – e as descrições das falhas de caráter e de comportamento mais graves que merecem esse nome fazem parte da tradição judaico-cristã, mas aparecem na Bíblia de maneira dispersa. “Os sete pecados capitais só foram enumerados e agrupados no século VI, pelo papa São Gregório Magno (540-604), tomando como referência as cartas de São Paulo”, afirma Fernando Altemeyer, teólogo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Também são chamados de “mortais”, porque significariam a morte da alma – em contraste com os pecados veniais, considerados menos ofensivos. “Capital vem do latim caput (cabeça), significando que esses sete são como mães de todos os outros pecados”, diz Fernando. Como antídotos a esses vícios principais, a Igreja medieval contrapõe as seguintes virtudes: disciplina (para combater a preguiça), generosidade (avareza), castidade (luxúria), paciência (ira), temperança (gula), caridade (inveja) e humildade (soberba).