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Quantas pessoas o terrorismo já matou?

André Santoro Na lata: 32 292. É claro que esse número não passa de uma estimativa – que já deve estar se desatualizando enquanto você folheia esta revista. Ele é o resultado dos cálculos feitos pela ong americana Instituto para a Prevenção do Terrorismo, que considera atentados ocorridos no mundo todo desde 1968. “É o […]

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Atualizado em 31 out 2016, 18h23 - Publicado em 31 out 2005, 22h00
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  • André Santoro

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    Na lata: 32 292. É claro que esse número não passa de uma estimativa – que já deve estar se desatualizando enquanto você folheia esta revista. Ele é o resultado dos cálculos feitos pela ong americana Instituto para a Prevenção do Terrorismo, que considera atentados ocorridos no mundo todo desde 1968. “É o melhor dado disponível, mas não deve ser interpretado de forma definitiva”, diz James Kirkhope, diretor do Centro de Pesquisas sobre o Terrorismo, consultoria que oferece serviços para o governo dos EUA. Para ele, “a quantidade de vítimas deve ser muito maior”.

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    O número esbarra na própria definição de terrorismo – muito controversa. Para o Centro Nacional Contra o Terrorismo, criado pelo governo Bush, trata-se de um “ato de violência premeditado e perpetrado por grupos subnacionais ou agentes clandestinos contra alvos não-combatentes”. Tal conceito exclui o terrorismo de Estado – a tortura e execução dos que se opunham à ditadura militar no Brasil é um exemplo. A ONU aceita 4 definições, porém aponta a seguinte como “consenso acadêmico”: “Terrorismo é um método de violência empregado por indivíduos, grupos ou agentes do Estado em que as vítimas diretas não são os alvos principais”. Por não-combarentes ou alvos não-principais, entenda civis.

    O fato é que não há acordo sobre o que seja terrorismo. “Terrorismo não é ideologia, mas um método de luta, em geral dos que não possuem outras armas”, afirma o cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira, da UnB. Embora o terrorismo não aplique necessariamente a violência física, ele não engloba todo ato que cause terror. Em 1938, por exemplo, o ator e diretor Orson Welles narrou pelo rádio o livro A Guerra dos Mundos, de H.G. Wells. O pânico foi geral, pois os ouvintes acreditaram que a Terra era invadida por marcianos. Welles pode ter premeditado a confusão, mas não tinha um objetivo político ou social e, por isso, não pode ser considerado terrorista.

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    Ódio milenar

    O terrorismo não foi inventado porOsama Bin Laden: saiba como os grupos agem desde o tempo de Jesus Cristo

    Zelotes

    Quem eram: Uma seita judaica.

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    Quando: Século 1.

    Onde: Judéia (atual Israel).

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    Motivo: Resistir contra a opressão romana.

    Tática: Assassinato e seqüestro de soldados romanos e judeus que colaboravam com Roma.

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    Resultado: Os romanos eram muito mais fortes e sufocaram o movimento.

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    Motivação: motivação, nacionalista

    Tática: assassinato, seqüestro

    Inquisição

    Quem eram: Clérigos da Igreja Católica Apostólica Romana.

    Quando: 1231 a 1781 (para alguns teólogos, continua até hoje).

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    Onde: Europa.

    Motivo: Impedir a proliferação de seitas anticristãs.

    Tática: Execução e exílio forçado.

    Resultado: Uma mancha na história do cristianismo. E um pedido oficial de desculpas da Igreja durante o pontificado de João Paulo 2º.

    Motivação: Religiosa

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    Tática: Execução

    Regime do terror

    Quem eram: Revolucionários franceses, liderados por Maximilien Robespierre.

    Quando: 1793 a 1794.

    Onde: França.

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    Motivo: Aniquilar aristocratas e defensores do Antigo Regime.

    Tática: Execução (principalmente na guilhotina).

    Resultado: Mais de 17 mil mortes. Um detalhe importante: o termo “terrorismo” nasce nessa época.

    Motivação: terrorismo de estado

    Tática: execução

    Nazismo

    Quem eram: Políticos e militares alemães.

    Quando: Durante a 2ª Guerra Mundial (1939 – 1945).

    Onde: Europa.

    Motivo: Varrer os judeus do mapa e garantir a supremacia alemã.

    Tática: Restrição dos direitos individuais, prisão, tortura e execução.

    Resultado: Mais de 10 milhões de mortos – entre os quais, 6 milhões de judeus.

    Motivação: motivação

    Tática: execução, tortura

    Esquerda brasileira

    Quem eram: As organizações Movimento Revolucionário 8 de Outubro e Ação Libertadora Nacional.

    Quando: 1969.

    Motivo: Libertar presos políticos da ditadura .

    Tática: Seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick.

    Resultado: Os presos foram libertados e o embaixador escapou ileso. O atual deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que participou da ação, ainda é persona non grata nos EUA.

    Tática: seqüestro, atentado

    Direita brasileira

    Quem eram: Militares do Exército.

    Quando: 1981.

    Motivo: Incriminar os movimentos de esquerda.

    Tática: Detonar 3 bombas durante show no Riocentro, no Rio de Janeiro, e pôr a culpa na esquerda.

    Resultado: Deu tudo errado: uma das bombas explodiu no carro em que estavam dois militares, matando um e ferindo o outro. O caso foi abafado pelos militares na época, mas eles acabaram desmascarados.

    Motivação: terrorismo de estado

    Tática: atentado, tortura, seqüestro

    Al Qaeda

    Quem são: Os seguidores do radical islâmico Osama Bin Laden.

    Quando: O pior ato terrorista do grupo – e de toda a história – ocorreu em 11/9/2001.

    Onde: EUA.

    Motivo: Mandar os americanos, o cristianismo e a democracia para o inferno.

    Tática: Explodir aviões comerciais em prédios.

    Resultado: Cerca de 3 mil mortos; a inauguração de uma nova (e mais obscura) era mundial; a reeleição de George W. Bush.

    Motivação: religiosa, étnica

    Tática: atentado

    Correio venenoso

    Quem foi: Não se sabe.

    Quando: Setembro a novembro de 2001.

    Onde: EUA.

    Motivo: Há quem desconfie da Al Qaeda. Mas algumas investigações sustentam que terroristas americanos ou israelenses teriam promovido os ataques para apressar a invasão do Iraque.

    Tática: Contaminação de cartas por antraz, uma bactéria mortífera.

    Resultado: 5 mortes e uma paranóia que chegou até o Brasil.

    Tática: atentado

    Nacionalistas Tchetchenos

    Quem são: Milícias que lutam pela independência da Tchetchência, território sob domínio russo.

    Quando: O pior atentado ocorreu em setembro de 2004, em uma escola.

    Onde: Beslan, Rússia.

    Motivo: Expulsar os russos a qualquer custo.

    Tática: Seqüestro e execução (explosões e fuzilamento).

    Resultado: 339 mortes (a maioria, crianças).

    Motivação: nacionalista, étnica

    Tática: execução, seqüestro, atentado

    Nacionalistas Europeus

    Quem são: Exército Republicano Irlandês (IRA) e Pátria Basca e Liberdade (ETA).

    Quando: Desde 1959 (ETA) e 1919 (IRA).

    Onde: Reino Unido (IRA), Espanha e França (ETA).

    Motivo: O IRA quer o fim do domínio inglês na Irlanda do Norte. O ETA luta pela autonomia do país Basco, na fronteira entre a Espanha e a França.

    Tática: Assassinato e seqüestro.

    Resultado: Milhares de mortos. O IRA entregou suas armas e o ETA continua ativo.

    Motivação: nacionalista, étnica

    Tática: assassinato, seqüestro, atentado

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