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Que tipos de pena de morte são usados atualmente?

Morreu enforcado às 6 horas da manhã daquele sábado, destino igual ao de muitos de seus opositores nos 24 anos em que comandou o Iraque.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h22 - Publicado em 31 mar 2007, 22h00

Texto Giovana Sanchez

Na manhã do penúltimo dia do ano passado, os carrascos do quartel militar de Jadimiya, bairro xiita de Bagdá, se preparavam para mais uma execução. A vitima, no entanto, não era um prisioneiro comum. Julgado pelo Tribunal Superior Penal do Iraque, o ex-presidente Sad­dam Hussein foi condenado por crime de guerra pelo massacre de 148 cidadãos de seu país em 1982. Morreu enforcado às 6 horas da manhã daquele sábado, destino igual ao de muitos de seus opositores nos 24 anos em que comandou o Iraque.

Usada por muitos governos e impérios para coibir crimes considerados hediondos – ou nem tanto -, a execução ordenada pelo Estado ainda é praticada em muitas nações, como Iraque e EUA. A condenação varia de acordo com as leis de cada país e inclui, em alguns casos, até menores de idade. O apedrejamento, prática comum, sobretudo em Estados do Oriente Médio, ainda é considerado legal no Irã e na Arábia Saudita, por exemplo. Conheça ao lado os principais métodos de execução usados atualmente e os países que mais matam cidadãos no mundo.

Apedrejamento

Como mata – A vítima é envolvida dos pés à cabeça em um tecido branco e colocada numa vala. Como em geral é aplicada em crimes de honra praticados por mulheres de países muçulmanos, os carrascos são homens – membros da família e da comunidade local. Eles fazem um círculo em volta da vítima e pegam as pedras, que não devem ser muito grandes (para evitar desmaios rápidos). Todo o ritual é conduzido para assegurar uma morte lenta e dolorosa. Quem começa o ritual é o juiz da sentença, seguido pelos jurados e pelo público.

Como morre – As pedradas geram um monte de traumas por todo o corpo do condenado, mas a morte se dá geralmente pelas pedradas na cabeça – que provocam fortes hemorragias intracranianas. Entre a primeira pedra atirada e a morte da vítima, costuma transcorrer mais de uma hora.

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Grau de sofrimento – Máximo.

Onde é aplicada – Irã, Nigéria, Paquistão e Arábia Saudita, entre outros países.

Fuzilamento

Como mata – Um pelotão de fuzilamento fica disposto a cerca de 6 metros de distância da vítima e dispara simultaneamente tiros de armas de fogo contra ela, que é vendada e tem seus pés e mãos amarrados. A posição de morte pode ser sentado ou em pé. Nenhum membro do grupo armado pode deixar de atirar. É muito aplicada em execuções de crimes de guerra – até países que não aplicam a pena de morte em outras circunstâncias, como o Brasil, prevêem o fuzilamento militar.

Como morre – Pelo fato de os tiros partirem de diversas direções e alturas, a vítima sofre lesões em vários órgãos do corpo ao mesmo tempo. A morte se dá por hemorragia ou por lesão direta pelo projétil no sistema nervoso central, no caso de uma bala atingir a cabeça de imediato. O condenado leva cerca de dois minutos para morrer.

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Grau de sofrimento – Médio.

Onde é aplicada – EUA, China, Somália, Taiwan, Uzbequistão, Guatemala e Vietnã, entre outros países.

Cadeira elétrica

Como mata – O condenado tem o corpo todo depilado (para evitar pêlos em chamas). Ele é preso com cintas na cadeira. Eletrodos com esponjas embebidas em solução salina são ligados às pernas e à cabeça – para fechar o circuito – e um capacete de metal é colocado no crânio para conduzir corrente elétrica. O prisioneiro é então vendado. Pelo menos dois choques de 500 a 2 mil volts são aplicados durante cerca de 30 segundos. Se o condenado sobrevive, o processo é repetido quantas vezes for necessário.

Como morre – A descarga interrompe funções vitais, como o controle dos batimentos cardíacos e do ritmo respiratório – e também deixa o condenado inconsciente. No momento do choque, todos os músculos do corpo da vítima se contraem e ocorre arritmia e parada cardíaca.

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Grau de sofrimento – Variável. Se a morte ocorrer no primeiro choque, o sofrimento é médio. Se for preciso mais de uma descarga elétrica, o condenado sofre muito.

Onde é aplicada – Nos EUA.

Forca

Como mata – Primeiro, é feito um ensaio com um saco de areia do mesmo peso do condenado para saber que comprimento da corda causará uma morte rápida. Se ela for longa demais, poderá arrancar a cabeça. Muito curta, pode causar asfixia, o que prolonga a agonia por até 20 minutos. A corda é fervida e torcida para que não enrole ou fique torta. O nó é lubrificado com sabão para garantir o deslizamento. Um alçapão é aberto sob o prisioneiro, que cai e fica pendurado pela corda no pescoço.

Como morre – Há dois tipos de morte por enforcamento. Quando a corda que prende o condenado é longa, ocorre fratura das vértebras cervicais e lesão da medula espinhal. Nesse caso, a morte se dá em menos de um minuto. Na morte por asfixia, demorada, há convulsões – e o prisioneiro urina e defeca.

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Grau de sofrimento – Baixo (em condições normais) a alto (em caso de corda muito curta).EUA (apesar de ainda ser prevista em lei, não é usada desde 1996), China, Guatemala e Iraque, entre outros países.

Onde é aplicada – EUA (apesar de ainda ser prevista em lei, não é usada desde 1996), China, Guatemala e Iraque, entre outros países.

Injeção letal

Como mata – A primeira etapa da execução é amarrar o condenado a uma maca. Depois, um membro do comitê de execução põe sensores de batimento cardíaco em seu corpo. Duas sondas são inseridas em veias dos braços. Uma injeta soro fisiológico, que depois será substituído por veneno. A outra só é acionada em caso de falha no sistema principal. Quando a execução é autorizada, a sonda injeta um sedativo. O condenado dorme, recebe curare e, por fim, cloreto de potássio.

Como morre – Quando recebe o curare, o corpo da vítima sofre paralisia em todo o sistema muscular, incluindo o diafragma, músculo responsável pela respiração. Após a injeção do cloreto de potássio, há a parada cardíaca e a morte. O tempo médio para o falecimento varia de 5 a 7 minutos, embora o procedimento todo dure uns 45 minutos.

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Grau de sofrimento – Mínimo.

Onde é aplicada – EUA – 37 dos 38 estados que têm pena de morte usam esse tipo de execução –, China e Guatemala, entre outros países.

Decapitacão

Como mata – Nos países em que ainda é praticado, o método utiliza a espada para matar. O condenado é geralmente vendado e pode ficar sentado ou deitado. Quando apenas um golpe de espada é suficiente para decapitar a vítima, ela perde a consciência em segundos. No entanto, devido ao fato de os músculos e as vértebras do pescoço serem rijos, a decapitação pode exigir mais espadadas.

Como morre – A morte ocorre porque a medula espinhal, que abriga células que transmitem impulsos vitais do cérebro para os órgãos, é cortada. Assim, batimentos cardíacos e respiração cessam instantaneamente, e a consciência dura menos de 3 segundos.

Grau de sofrimento – Mínimo, se o carrasco mandar bem e cortar a cabeça num só golpe. Cada espadada extra aumenta o sofrimento.

Onde é aplicada – Arábia Saudita, China, Guatemala e Iraque.

As capitais da pena capital

Os 5 países que mais executaram em 2005

China

Pelo menos 1 770 execuções por injeção letal ou fuzilamento. Lá, 68 tipos de crimes são passíveis de morte – até mesmo delitos não violentos, como fraude fiscal, desvio de verbas e tráfico ou consumo de drogas.

Irã

Ao menos 94 execuções por apedrejamento ou forca. As punições podem ser por crimes violentos, como assassinato, ou por não violentos, como adultério ou corrupção.

Arábia Saudita

As execuções foram pelo menos 86 – por decapitação, na maioria. Os crimes incluem assassinato, tráfico de drogas, roubo à mão armada, estupro, sodomia e negação da religião.

EUA

Os americanos executaram 60 pessoas – 59 por injeção letal e uma na cadeira elétrica. Os tipos de crime variam de estado para estado, mas os mais comuns são assassinato, conspiração para assassinato, pedofilia e estupro.

Paquistão

Houve 31 execuções – a maioria por forca. Os tipos de crime são: assassinato, estupro, motim e sodomia, entre outros.

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