A arum titan (Amorphophallus titanum), uma flor que atinge 6 metros de altura, com diâmetro médio de 1,35 metro, parece uma daquelas plantas de filme de ficção científica. Além da aparência pra lá de exótica, seu tamanho é proporcional ao insuportável fedor, que lhe rendeu o apelido de “flor cadáver”. O mau cheiro é estratégico: em vez de borboletas e passarinhos, a flor depende de moscas e besouros – que se alimentam de carniça – para espalhar seu pólen e lhe assegurar a reprodução. Isso explica por que a arum titan desabrocha só duas ou três vezes em seus 40 anos de vida: para produzir tamanho mau cheiro (os cientistas usam máscara para se aproximar da flor aberta), ela precisa manter alta temperatura interior, de 360C, e com isso consome grande parte da energia que armazena.
Essa criatura singular foi descoberta pelo botânico italiano Odoardo Beccari, em 1879, nas florestas tropicais de Sumatra, ilha da Indonésia, no Oceano Índico. Mas há exemplares da planta, por exemplo, nos Jardins Botânicos Reais de Sydney, na Austrália.