Texto Marcos Nogueira
Em 1982, a ditadura da argentina decidiu invadir as malvinas – desde 1833 sob controle dos ingleses, que as rebatizaram de falklands. o resultado foi mais de 1 000 mortos, na proporção de 3 argentinos para 1 britânico. 25 anos depois, o fotógrafo luciano candisani mostra que as ilhas têm muito mais que cicatrizes de guerra.
NÃO É PINGÜIM
Este pássaro se chama cormorão-real e, embora a foto não mostre, é capaz de voar. A cor da água, uma piscina natural na ilha Steeple Jason, se deve à presença de algas microscópicas que se multiplicam sem controle por causa das fezes da ave.
A MARCHA DO REI
A praia em que esses pingüins-rei caminham tranqüilamente fica na ilha de East Falkland, onde se encontra a capital, Port Stanley, e palco dos conflitos mais sangrentos da guerra de 1982. Como os ingleses levaram a melhor, cerca de 2 300 ilhéus de origem britânica seguem dividindo as areias com os pingüins.
É FRIA
Localizadas junto ao extremo sul da Argentina, as Malvinas têm o clima frio de que tanto gostam pingüins, patagônicos e ingleses. Os últimos se dedicam à pesca e à criação de ovelhas para tosa: as fazendas têm áreas de proteção ambiental e não é raro ver animais domésticos em meio à fauna selvagem.
CHÃO PROIBIDO
As únicas seqüelas visíveis da Guerra das Malvinas são os campos minados nos arredores de Port Stanley: os argentinos que invadiram a ilha instalaram artefatos feitos de matéria plástica, o que dificulta a detecção das minas. Por isso, essas áreas são isoladas e interditadas até hoje.
VIVEIRO DE ALBATROZES
Luciano Candisani foi às Malvinas em 2006 para registrar a reprodução dos albatrozes-de-sobrancelha em Steeple Jason. Estas aves freqüentam o litoral do Sul brasileiro, onde são estudadas pelo Projeto Albatroz: aqui, nunca pousam em terra, o que não as impede de ser vítimas dos anzóis dos pescadores.
TERRA DISPUTADA
Casa de fazenda típica das Malvinas: hoje os ingleses prevalecem, mas as ilhas já foram disputadas pela França (o primeiro nome das ilhas, Malovines, foi dado por colonos franceses de Saint-Malo), espanhóis e, é claro, argentinos.
LEÕES A SALVO
Leão-marinho na ilha Steeple Jason: hoje numerosos e fora de perigo, esses animais quase tiveram o mesmo destino da raposa selvagem, único mamífero autóctone das ilhas, que foi extinta devido à caça.
PROTEÇÃO RECENTE
A caça à baleia é totalmente proibida nas Malvinas, mas a prática já foi uma das principais atividades econômicas do arquipélado. O cartaz da foto está na parede de um antigo entreposto baleeiro na ilha Carcass (“carcaça”).