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O periquito solidário

O periquito-carolina não abandonava um companheiro abatido. Isso facilitou o trabalho dos agricultores que o viam como uma praga que ameaçava suas plantações

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h05 - Publicado em 31 out 2004, 22h00

Carla Aranha

O periquito-carolina era um passarinho delicado, com cerca de 30 centímetros de altura e um colorido encantador – a maior parte das penas, principalmente as do peito, era verde, enquanto o topo da cabeça e a região em volta dos olhos tinham um forte tom de laranja. As asas tendiam para o amarelo. Não era uma ave migratória: vivia sempre na mesma área, com outras de sua espécie. À noite, dividiam os galhos de árvores próximas a rios ou pântanos, em grupos de 15 ou 20 passarinhos. A fêmea colocava, por vez, de um a quatro ovos, que eram incubados por cerca de 20 dias. Em média 18 dias após saírem dos ovos, os filhotes ensaiavam os primeiros vôos. Pouco depois, eles já partiam em busca do próprio alimento, um calvário que acabaria levando o pássaro à extinção.

Muito parecido com os periquitos brasileiros, o periquito-carolina vivia tranqüilamente nos pântanos e nas margens dos rios dos Estados americanos sulistas. Ele sempre se alimentou de sementes, mas, com a expansão da agricultura, teve de mudar a sua dieta, buscando as frutas plantadas pelos fazendeiros. Bandos dessa ave sobrevoavam as colheitas, comendo o que conseguiam. Para os agricultores, o periquito era uma praga. Logo eles pegaram em armas, atirando em todo pássaro que se aproximasse das plantações. Solidários, os periquitos voavam para o lugar onde caíra o companheiro abatido – um ritual que lembrava um velório. Os fazendeiros aproveitavam para matar todo o bando, o que contribuiu para acelerar a extinção do pássaro.

E não era só. O periquito ainda tinha de escapar dos caçadores que queriam matá-lo para arrancar suas penas. Na época, as senhoras elegantes gostavam de enfeitar seus chapéus com as penas de forte colorido. A beleza do passarinho também atraía as crianças, que o prendiam em gaiolas. A sobrevivência do periquito-carolina foi ficando cada vez mais difícil. Por fim, em 1904, os últimos exemplares da ave foram coletados nas proximidades do lago Okeechobee, na Flórida. No cativeiro, o último periquito-carolina morreu em 1918, no Zoológico de Cincinnati, em Ohio.

Periquito-Carolina

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Nome científico: Conuropsis carolinensis

Ano da extinção: 1918

Habitat: sudeste dos Estados Unidos

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