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Ponte de Nova York pode virar cemitério

Em busca de uma solução ecológica e inteligente para a morte, cientistas projetam cemitério de biomassa suspenso

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
7 nov 2016, 15h00

Em Nova York, as pontes de Manhattan, Brooklin e Williamsburg ligam o bairro do Brooklin à Manhattan. Esticadas em ferro e madeira sobre o East River, as três são as principais ligações entre a porção continental à ilha da Big Apple. Mas um visionário projeto promete elevar o status da ponte de Manhattan – da morte à luz.

A metáfora não é força de expressão. Cientistas da Universidade de Columbia passaram os últimos cinco anos pesquisando soluções inteligentes para enterrar os corpos das 144 pessoas que morrem diariamente na cidade e criaram um protótipo de um cemitério luminoso suspenso sob a ponte de Manhattan. Os pesquisadores fazem parte do DeathLab (laboratório da morte, em português), que reúne arquitetos, cientistas, designers e teólogos para repensar o impacto da morte na vida das grandes cidades, tanto urbano quanto ecologicamente. Para se ter uma ideia da urgência da discussão em Nova York, de acordo com os integrantes do laboratório, o território ocupado pelos cemitérios da metrópole equivale a cinco vezes a área do Central Park.

Constellation Park (Columbia DeathLab)

Pensando nisso, o time do DeathLab criou o projeto do Constellation Park – um sistema de centenas de cápsulas suspensas brilhantes sob a ponte de Manhattan que poderiam acomodar 5.400 corpos por ano – o equivalente a cerca de 10% das mortes anuais de Nova York. O parque seria uma junção dessas cápsulas plásticas recicladas, sustentadas por cabos de aço, e espaços para que os entes queridos dos mortos possam visitar as lápides futurísticas.

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Apesar dos caixões pós-modernos parecerem um depósito de cinzas, o método nada tem a ver com cremação. E, como a questão ambiental é uma prioridade para o Death Lab, cremação definitivamente não é uma opção pela quantidade de energia necessária e a emissão de gases tóxicos, como mercúrio por exemplo. Estudos comprovaram que a energia usada para cremar apenas um corpo é semelhante à que um americano gasta em casa em um mês.

Constellation Park (Columbia DeathLab)

O brilho eterno dessas mentes sem lembrança seria fruto da própria deterioração dos corpos. Como eles entrariam em decomposição natural anaeróbica – processo em que microrganismos degradam a matéria sem usar oxigênio –, o resultado dessa decomposição reduziria os mortos a luz e, depois dessa redução, os restos poderiam ser retirados para um novo corpo brilhar sob o East River. Uma forma de ver a energia de alguém que já se foi cintilando em um dos cartões postais mais marcantes de Nova York.

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