11 tratamentos bizarros já propostos pela medicina
Conheça alguns procedimentos dos séculos passados - e fique feliz por não ter nascido nessa época
Azar dos aracnófobos
Se você chegasse em certas clínicas dos EUA no século 19 com um corte feio no braço, poderia sair de lá com uma enorme teia de aranha no machucado. Foi herança dos índios, que acreditavam no poder anticoagulante e cicatrizante do material. E talvez estivessem certos: hoje, cientistas estudam as propriedades das teias em cirurgias reconstrutivas
Sanduba de mofo
Por volta de 500 a.C., chineses aplicavam coalhada de soja embolorada nos furúnculos. Em outras civilizações, como a persa, pão mofado era usado como antibiótico natural. O bizarro é que funcionava! Alguns tipos de fungos conseguem destruir bactérias. Foi o que observou Alexander Fleming, em 1928, quando descobriu a penicilina – que, acredite ou não, é derivada do bolor
Melhor que chá verde
O formato redondo e perfeito das pérolas sempre fascinou os povos antigos – e fez a imaginação dos médicos bombar. Na China, o pó da joia servia para relaxar, desintoxicar e sarar inflamações na garganta. Na Europa medieval, era indicada para melancolia, envenenamento e até câncer! Seus efeitos nunca foram provados, mas ela ainda figura na medicina alternativa
Mania chinesa
O óleo de gordura de cobra sempre foi tradicional na medicina oriental. No século 19, imigrantes chineses o levaram para os EUA, para tratar dores nas articulações e reumatismo. Como o produto continha ômega 3, que agia como anti-inflamatório, a febre se espalhou pelo país. O problema é que pintaram vários remédios falsificados e “snake oil” virou gíria para “cura falsa”
Altíssima voltagem
Nos anos 30, epilépticos começaram a receber terapia de choque: eletrodos na cabeça conduziam estímulos elétricos direto ao cérebro. Mas a intensidade fazia as pessoas se debaterem violentamente. Elas chegavam a fraturar os ossos e sufocar com o próprio vômito. Hoje, a eletroconvulsoterapia é um tratamento psiquiátrico, feito com relaxamento muscular e anestesia
E dá-lhe sanguessuga!
Os babilônios de 2000 a.C. já acreditavam que o “excesso de sangue” nas veias podia causar doenças (hein?). Hipócrates, na Grécia antiga, corroborou a tese: a menstruação seria uma maneira de a mulher se livrar de “impurezas” e do “mau humor”. Resultado: na Idade Média, sangrias eram indicadas para sarar qualquer coisa, de febre a joelho ralado
Cortando o mal pela raiz
Na Inglaterra de 1600, acreditava-se que gagos não falavam direito porque tinham a língua dura. Para amolecê-la, a receita era beber vinho quente. Não era muito eficiente (óbvio!). Mas era menos doloroso do que a solução proposta em meados do século 19: cortar a língua pela metade! Sem anestesia! Hoje, a cirurgia de hemiglossectomia só é aplicada em pacientes com câncer oral
Desentupidor natural
A asma parece um bloqueio do canal respiratório, certo? Qual foi a “lógica” dos médicos indianos no século 19: achar alguma coisa que desobstruísse a via até os pulmões. O asmático deveria engolir um peixinho vivo, sem mastigar: ele supostamente “comeria” o que estivesse no caminho. Nada a ver: sistema digestivo e respiratório são duas coisas diferentes…
Café na contramão
No século 17, prisão de ventre era tratada com enema – a introdução de um líquido pela via anal. “Ah, mas enema existe até hoje!”, você pode afirmar. A diferença é que, na época, médicos recomendavam que fossem injetadas misturas com mel, farelo de trigo, ervas e até café! Europeus da alta sociedade também aplicavam substâncias perfumadas para fazer cocô cheiroso
Fogo no rabo
Quem sofria com hemorroidas na Idade Média encarava um tratamento mais doído do que sentar em uma cadeira sem almofada. As veias dilatadas em torno do ânus eram cauterizadas com ferro em brasa, um procedimento muito comum para fechar ferimentos de guerra. A outra solução era tentar achar uma “pedra milagrosa”, como a que curou São Fiacre, o padroeiro de quem sofre dessa doença
Picadinha de nada
No século 19, o médico austríaco Philip Terc foi atacado por abelhas e percebeu que, apesar das ferroadas, as dores de seu reumatismo diminuíram. A partir daí, várias pessoas aderiram à apiterapia: recebiam picadas controladas em certas partes do corpo para sanar artrite, tendinite e até herpes. Em alguns países orientais, ela ainda faz parte da medicina alternativa
FONTE DA JUVENTUDE
Para moldar o corpo, a galera já apelou para cada coisa…
Vaselina
Fim do século 19
O cirurgião austríaco Robert Gersuny utilizou o óleo dessa substância para criar uma prótese falsa em um paciente que só tinha um testículo
Gordura
Década de 20
Era tirada de outras partes e aplicada nas mamas, artesanalmente. Acreditava-se que sofreria menos rejeição pelo organismo do que outros materiais
Parafina
Década de 50
As injeções ajudavam a “esculpir” pênis, seios, bochechas e narizes “perfeitos”. Mas podiam causar deformidades, necroses, disfunção erétil e tumores
Silicone
Década de 60
A forma líquida era usada desde os anos 30. Mas foi nessa época que surgiu a primeira versão das próteses atuais, mais firmes e resistentes
Fluido de transmissão
Década de 80 e 90
O lubrificante de carros era usado clandestinamente para aumento do pênis e dos músculos do braço, provocando graves problemas de saúde
Hidrogel
Anos 2000
Composto de 98% de água e 2% de um polímero sintético, aumenta coxas e bundas e diminui rugas. Mas pode causar várias complicações
ESSA MATÉRIA FAZ PARTE DA REPORTAGEM TEM CERTEZA, DOUTOR?,SOBRE A HISTÓRIA DA MEDICINA. CONFIRA AS OUTRAS PARTES
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FONTESA História da Medicina: Das Primeiras Curas aos Milagres da Medicina Moderna, de Anne Rooney,A Assustadora História da Medicina, de Richard Gordon,Snake Oil Science: The Truth about Complementary and Alternative Medicine, de R. Barker Bausell,New Guide to Medicine and Drugs, da British Medical Association,Strange Medicine: A Shocking History of Real Medical Practices Through the Ages, de Nathan Belofsky, eWhy You Should Store Your Farts in a Jar, de David Haviland