Como as águas-vivas queimam?
O animal tem um sistema de defesa constituído de uma série de micropicadas
PERGUNTA DO LEITOR Vitor Melloni Rodrigues, São Paulo, SP
ILUSTRA Alexandre de Souza
EDIÇÃO Felipe van Deursen
Todo banhista sempre terá um encontro com uma água-viva. Inevitavelmente. Mas o mais provável é que você nem perceba. Das mais de 5 mil espécies desse animal, cujo tamanho varia de 1 milímetro a 36 metros, só uma parcela causa algum dano a nós. É que o mecanismo de ação delas não tem a ver com queimadura – e sim com envenenamento. Quando você encosta em uma água-viva, ela ejeta filamentos cheios de toxinas, que perfuram a pele. Essas toxinas podem ou não causar dor aos seres humanos. Mas não é um ataque. É só uma forma automática de defesa.
1. Quando as células da água-viva recebem o estímulo químico ou físico (contato) de um corpo estranho, os cnidócitos se abrem. É automático e involuntário – as águas-vivas não têm capacidade neural ou percepção sensorial para atacar
2. A água do mar entra no cnidócito e os nematocistos, cheios de toxinas, são ejetados. Como se fosse uma agulha hipodérmica, esse filamento penetra no corpo. A picada dá a sensação de queimadura
3. Quando invadem o corpo, essas células liberam uma série de toxinas, que podem causar apenas coceira ou febre ou levar algo mais sério, como problemas cardíacos e perda de consciência. A maioria das águas-vivas que vivem nos mares brasileiros tem veneno fraco
COMO CUIDAR DA PELE
Lave bem seu corpo com água do mar. A água doce tem um equilíbrio osmótico diferente dos nematocistos – e, se ele ainda não tiver liberado o veneno, a água da torneira o fará disparar. Se as coceiras persistirem e desencadearem uma reação alérgica, procure ajuda médica
CONSULTORIA Antonio Carlos Marques, professor de zoologia do Centro de Biologia Marinha da USP
FONTE Vídeo “How Does a Jellyfish Sting” (TED-Ed), de Neosha S. Kashef