Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Resoluções Ano Novo: Super por apenas 5,99

Como é a mitologia iorubá?

Esse conjunto de crenças que inspirou o candomblé é baseado na vida em harmonia e em comunidade.

Por Diego Bargas
11 jul 2016, 17h35 • Atualizado em 22 fev 2024, 10h24
  • ilustra Dalton Muniz
    edição Felipe van Deursen

    Esse conjunto de crenças que inspirou o candomblé é baseado na vida em harmonia e em comunidade. Não há separação entre homens e animais, que inclusive agem como humanos. A solidariedade e a prosperidade vêm do trabalho no campo. Também é importante o culto à ancestralidade, por isso louva-se a continuidade da vida, por meio da figura feminina. Humanos e divindades são igualmente suscetíveis às incertezas (mais ou menos como na mitologia grega). Não há o “mal”, mas há consequências para as ações que não contribuem com o equilíbrio pessoal e do todo.

    A criação do mundo
    Aqui, nós também viemos do barro

    1. No princípio, Olorum, o ser supremo, governava o Orun, o céu. A Terra não era nada mais que uma imensidão de pântanos governada por Olokun, a grande mãe, guardiã da memória ancestral. Então, Obatalá, a divindade da criação, teve a ideia de colocar terra sólida sobre os pântanos

    2. Instruído por Orunmila, divindade das profecias e do destino, Obatalá trabalhou quatro dias e construiu Aiyê, o nosso mundo, com montanhas, campos e vales. Para que o novo lugar tivesse vida, Olorun criou o Sol, enviou uma palmeira de dendê e fez chover, para que a árvore brotasse. Surgiram as florestas e os rios

    3. Para povoar o lugar, Obatalá modelou os humanos no barro com a ajuda de Oduduá, com quem formou o casal propulsor da vida. Terminados os bonecos, colocaram neles o emi, o sopro da vida. A primeira cidade em que os humanos viveram se chamava Ifé. Obatalá voltou ao Orun e contou a novidade aos òrìsà

    4. Os òrìsà (ou orixás) são seres divinos que personificam os elementos da natureza e são indispensáveis ao equilíbrio e à continuidade da vida. Eles foram viver com os humanos, e Olorum os orientou: só haveria harmonia se os orixás ouvissem os humanos e os orientassem – eles seriam seus protegidos

    Continua após a publicidade

    5. A harmonia em Ifé ficou monótona, e as pessoas passaram a desejar casas maiores e colheitas mais férteis. Pediram a Olorum, que alertou que o fim desse equilíbrio traria conflitos. O povo insistiu e Olorum deu o que pediam. A cidade se encheu de contrastes. Incapazes de dialogarem, as pessoas se separaram em tribos

    VEJA TAMBÉM?
    + Como é a mitologia tupi-guarani?
    + Como é a mitologia maia?
    + Como é a mitologia chinesa?
    + Como é a mitologia polinésia? 


    Divindades mais cultuadas
    Como é o “olimpo” iorubá

    xango

    Xangô – Dono dos relâmpagos, dos raios, das rochas e da justiça. Teve três esposas: Iansã, Oxum e Obá

    Continua após a publicidade

    Exu

    Exu – O orixá mensageiro entre divindades e homens, que transporta as oferendas

    iansa iansa

    Iansã – Guerreira. É a divindade dos ventos e tempestades, cuida das almas dos mortos. Impulsiva e cheia de paixões, prefere o campo de batalha aos trabalhos domésticos

    iemanja

    Continua após a publicidade

    Iemanjá – Representa a maternidade e a fertilidade, além de ser divindade dos mares

    oxumare

    Oxumaré – Vive seis meses como homem e seis como mulher. Transporta a água entre o céu e a terra usando o arco-íris

    oba

    Obá – Divindade do barro e das enchentes, carrega armas e cozinha os alimentos

    Continua após a publicidade

    oxum

    Oxum – A mais bela, sempre representada com leque, espelho e roupa vistosa. Divindade da água doce, fecundidade e do amor

    ossaim

    Ossaim – Divindade das matas, das folhas e ervas medicinais

    ogum

    Continua após a publicidade

    Ogum – Divindade do ferro e da guerra. Forte e aventureiro, é associado a São Jorge na mitologia católica

    oxossi

    Oxóssi – Caçador, orixá das florestas

    Mãe África

    Povo iorubá dominou grande parte do continente

    Os iorubás seriam originários da região do alto Nilo. Por volta do século 6, estabeleceram-se na cidade de Ifé, na atual Nigéria. No século 15, eles eram um poderoso império, cujos domínios se espalharam pela África. Por causa disso, sua mitologia se propagou pelo continente e, mais tarde, chegou às Américas com as pessoas escravizadas. Assim, as comunidades que surgiram no Novo Mundo serviram de berçário para o nascimento de outras religiões, derivadas do iorubá. É o caso do nosso candomblé. Como o registro dos mitos era apenas oral, muitos sofreram alterações com o tempo. Hoje eles têm diferentes versões

    LEIA TAMBÉM

    – O que é um exu?

    – Qual a ligação entre os santos católicos e os orixás?

    – O que é macumba?

    – O que é a pombagira?

    Consultoria Luana R. Emil (Oiá Gbemi), antropóloga pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGAS/UFRGS)

    Fontes Livro Mitos Yorubás, de José Beniste; e site ocandomble.com

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    RESOLUÇÕES ANO NOVO

    Digital Completo

    Enquanto você lê isso, o mundo muda — e quem tem Superinteressante Digital sai na frente.
    Tenha acesso imediato a ciência, tecnologia, comportamento e curiosidades que vão turbinar sua mente e te deixar sempre atualizado
    De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
    RESOLUÇÕES ANO NOVO

    Revista em Casa + Digital Completo

    Superinteressante todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
    De: R$ 26,90/mês
    A partir de R$ 9,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.