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Como era a morte de um faraó?

Por Olívia Fraga
Atualizado em 22 fev 2024, 10h42 - Publicado em 27 Maio 2013, 16h44

Com tumbas gigantescas, homenagens e um delicado processo funerário.

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Para o faraó, a morte era apenas uma passagem: havia vida do outro lado e, lá, ele continuaria reinando. Por isso, ele passava a vida construindo sua tumba. No começo, erigiam-se as pirâmides, mas os saques constantes forçaram a criação do Vale dos Reis, um cemitério nobre e mais protegido, em Tebas.

Quando morria, o faraó era honrado com festas, cânticos e a leitura do Livro dos Mortos, em que sua alma e seu corpo eram entregues aos deuses Anúbis ou Osíris. Isso acontecia no processo de mumificação, em tendas fora das tumbas. Com o cadáver pronto, havia uma procissão com carpideiras (mulheres contratadas para chorar a morte) e queima de incenso até o enterro. A importância dada à morte era tanta que, não fossem as descobertas feitas nas tumbas, muito do que sabemos sobre cultura egípcia seria mera especulação.

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DESSA PARA A MELHOR

Processo funerário demorava até 70 dias e preparava faraó para a outra vida

1. Antes de tudo, eram retirados os órgãos. Com uma incisão no céu da boca ou a perfuração das fossas nasais, alcançava-se o cérebro, que era descartado. A cabeça era preenchida com um material resinoso. Com um corte lateral no abdome, retiravam-se estômago, intestinos, fígado, pulmões e bexiga. Coração e rins eram deixados dentro do corpo.

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2. O corpo era desidratado numa solução salina, chamada natrão. Era a etapa mais longa e levava de 30 a 40 dias. Os órgãos que haviam sido retirados também eram desidratados, em seguida perfumados (com mirra) e colocados em pequenos vasos, os canopos, que continham descrições sobre o faraó e sobre o deus de devoção em voga na época.

3. Com o corpo em perfeito estado, mas frouxo pela falta de órgãos internos, era preciso preenchê-lo. Ao longo do tempo, o material mudou: primeiro, era areia, depois palha ou serragem e, finalmente, chumaços de pano. Os faraós do Vale dos Reis tinham o corpo preenchido com linho fino, o mais nobre dos tecidos. As incisões eram costuradas.

4. O corpo era enfaixado com tiras de linho branco embebidas em resina e óleos aromáticos. O processo começava pelos dedos, até que todo o corpo fosse coberto. Entre os panos, eram colocados amuletos, como o Ankh, que ajudava a superar os obstáculos da outra vida. Já o escaravelho, em formato de coração, impedia que esse órgão se separasse do corpo.

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5. Os faraós eram enterrados com várias posses, como tronos, itens de decoração e comidas. Era importante que parentes – em especial seu filho mais velho, o novo rei – renovassem as oferendas constantemente, levando incenso e alimento, além de promover rituais. Isso evitava que o falecido sofresse uma “segunda morte”, a do esquecimento.

6. No início das dinastias faraônicas, era muito comum serem feitos sacrifícios humanos. Múmias encontradas em cemitérios mais antigos que o Vale dos Reis indicam que familiares próximos e até serviçais eram mortos para servirem o rei no outro mundo. O faraó Djer, por exemplo, foi enterrado com 318 pessoas.

7. Quanto mais rico e poderoso o faraó, maior a quantidade de sarcófagos usados. Eles eram colocados um dentro do outro e, geralmente, feitos de madeira impermeabilizada. Mas outras cápsulas, de pedra e ouro, também eram usadas. O ataúde onde o corpo repousava tinha forma humana e era ostentoso – o de Tut era feito de 110 kg de ouro.

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Curiosidades:

– Só na sepultura de Tutancâmon, foram achados mais de 5 mil objetos;

– Os mumificadores eram sacerdotes. O que vestia a máscara de Anúbis acompanhava a cerimônia, recitando orações;

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– Os olhos também eram retirados e substituídos por vidros pintados.

CONSULTORIA: William Peck, egiptólogo e historiador, Patricia Podzorski, curadora de arte egípcia da Universidade de Memphis, e Ann Macy Roth, professora de egiptologia da Universidade de Nova York.

FONTES: Sacrifice for the State: First Dynasty Royal Funerals and the Rites at Macramallah¿s Rectangle, de Ellen F. Morris.

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