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Como funciona um presídio de segurança máxima?

Por Artur Louback Lopes
Atualizado em 22 fev 2024, 11h23 - Publicado em 18 abr 2011, 18h35
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O padrão de segurança máxima segue o que foi criado em presídios americanos conhecidos como Supermax, cuja regra principal é manter os presos isolados em celas individuais e à prova de fugas.Mas há uma diferença fundamental entre os Supermax americanos e os nossos: lá eles servem para cumprimento de pena, enquanto aqui o preso só pode passar uma temporada (no máximo, dois anos) nessas instituições. É o que acontecerá com os 12 líderes do tráfico carioca transferidos no mês passado para o presídio federal de Catanduvas (PR), que, assim como o Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes (SP) e a Penitenciária Estadual de Piraquara (PR), segue o padrão Supermax. Depois de participarem da onda de crimes no final de 2006, os chefões cariocas, apesar de já estarem detidos, ganharam o status de presos de alta periculosidade e partiram para uma temporada sob o regime especial de Catanduvas. Para mantê-los incomunicáveis e evitar que ordenem novos ataques, eles passarão 22 horas diárias trancafiados em celas individuais, sob vigilância pesada: em Catanduvas há 250 agentes, com salário superior a 4 mil reais, para monitorar no máximo 208 detentos.

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Masmorra hi-tech A fórmula da segurança máxima é uma soma de aparatos tecnológicos e concreto em abundância

AMARGO LAR

As celas são individuais, têm cerca de 7 metros quadrados e possuem uma cama, uma pia, um sanitário, uma mesa com banquinho – todos de concreto – e um chuveiro. Esta é a paisagem encarada pelo detento durante 22 ou 23 horas diárias (alguns presídios são mais rigorosos do que outros)

ENTRADA RESTRITA

Não é qualquer pessoa que pode visitar um “morador” de um presídio de segurança máxima. Só parentes diretos têm esse direito e, mesmo assim, precisam fazer um cadastro e ter sua vida vasculhada antes de ter a visita liberada. No Brasil, alguns presídios permitem visita íntima para detentos com bom comportamento

CHAPA QUENTE

Com os materiais a que os presos têm acesso, cavar um túnel é uma missão quase impossível. Mas, por via das dúvidas, todo o terreno é coberto por uma camada de concreto de 1 metro e, sob o concreto, há chapas de aço ultra-resistentes

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HORA DO RECREIO

O banho de sol acontece neste espaço: um quadradinho vazio cercado por muros de 7 metros conhecido como solário. Para evitar rebeliões durante o “lazer”, grupos de no máximo dez presos saem das celas ao mesmo tempo e o horário do “banho” varia a cada dia

LIGA PRA MIM

O contato entre o preso e seus visitantes – tanto visita pessoal quanto do advogado – acontece no local conhecido como parlatório. Um vidro blindado separa o preso do visitante e o papo acontece obrigatoriamente através de um interfone

SINAL FECHADO

Embora ninguém (nem os agentes) possa entrar no presídio com celulares, nos paredões que circundam o pátio há aparelhos eletrônicos que emitem ondas de freqüência similar à dos celulares, o que deixa sem serviço qualquer aparelho nas imediações

EM CIMA DO MURO

Nas quatro guaritas há agentes armados com fuzis de alto calibre. Eles vigiam o pátio e as imediações externas. Na parte de cima dos paredões de concreto há passarelas pelas quais os agentes ficam circulando

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PELO CÉU, NÃO

Para evitar que presos sejam resgatados por helicóptero, como aconteceu em um presídio de Guarulhos em 2002, cabos de aço cruzam o pátio. Os helicópteros que levam presos vindos de outros estados pousam na parte externa, além dos paredões

BIG BROTHER

Câmeras espalhadas nos corredores, nas celas e no pátio servem não só para vigiar os presos mas também o contato entre eles e os agentes. Em Catanduvas, além de serem seguidos por 200 microcâmeras escondidas, os agentes têm todas as conversas gravadas por microfones de lapela

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