Na escuridão total, eles não vêem quase nada, mas são capazes de enxergar com muito pouca luz – o equivalente a algo entre 40% e 50% a mais que nós, humanos. Há mais de uma razão para isso. A primeira é que seus olhos têm uma estrutura refletora – chamada região tapetal – que provoca uma dupla estimulação dos receptores responsáveis pela percepção de cores e formas: os cones e bastonetes (que os felinos, ainda por cima, têm três vezes mais que os humanos). “O reflexo dessa camada espelhada é que produz aquele brilho esverdeado que vemos à noite nos olhos dos gatos”, diz o veterinário Paulo Sérgio Moraes de Barros, da USP. (O mesmo princípio é utilizado nos sinalizadores de estradas, batizados, com toda propriedade, de olhos-de-gato!)
Além disso, a pupila do gato dilata três vezes mais que a humana, permitindo a entrada máxima de luz bem nos momentos em que esses animais saem à caça: aurora e crepúsculo. Em compensação, quando exposta ao sol, a pupila se reduz a uma fenda mínima, contrabalançando essa hipersensibilidade à luz. Assim, durante o dia a visão dos gatos não é tão boa quanto a de seus donos. Eles distinguem mal as cores e não enxergam bem de longe.
Atrás da retina, os felinos possuem uma camada de células chamada região tapetal, capaz de refletir os raios luminosos. Assim, a luz que já estimulou a retina volta a passar por ela, reforçando sua visão