A origem deste esporte milenar está ligada à história da Coreia. No século 1 a.C., a península coreana era ocupada por três reinos rivais: Goguryeo, ao norte, Silla, no sudeste, e Baekje, a oeste. Para ensinar os jovens de Goguryeo a lutar sem armas, foram criadas técnicas como o taekkyeon. Além de usar os pés com rapidez e precisão, os alunos eram instruídos em história, filosofia e esportes a cavalo. Ao longo do processo de fusão dos três países, finalizado no século 7, os moradores de Silla acrescentaram à arte marcial o uso das mãos como defesa. Surgia assim o tae kwon do, que significa “caminho dos pés e das mãos”. Com o início da Guerra da Coreia, nos anos 50, o governo do sul reorganizou a luta e deu a ela sua versão moderna, que seria transformada em esporte olímpico nos Jogos de Sydney, em 2000.
Este é o 9º capítulo da série sobre artes marciais. Em janeiro, tem o confronto final entre vários estilos. Veja os anteriores:
1- Como surgiu a capoeira?
2- Como surgiu o kung fu?
3- Como surgiu o jiu-jítsu?
4- Como surgiu o krav maga?
5- Como surgiu o caratê?
6- Como surgiu o muay thai?
7- Como surgiu o judô?
8- Como surgiu o boxe?
A luta coreana valoriza a defesa pessoal e o equilíbrio entre corpo, mente e ética NAM TAE HI (1875-1965)
Nasceu em uma Coreia ocupada por forças militares do Japão. Na década de 1950, foi convidado a treinar o Exército do país em tempos de guerra e tornou-se responsável pelo surgimento da versão moderna da luta que só chegou ao Brasil em 1970. Atualmente, o tae kwon do é praticado por 30 milhões de pessoas em 123 países
ALTO LÁ!
O tae kwon do valoriza os chutes altos, no rosto do oponente. A posição da perna e, principalmente, dos pés, muda a intensidade do impacto. Neste golpe, o osso lateral do pé atinge em cheio o adversário
LUTA FASHION
São três tipos de uniforme, ou dobok: o mais tradicional parece um quimono; uma jaqueta em V é adotada pela Federação Mundial; os adeptos da Federação Internacional usam uma jaqueta com corte vertical no centro.
Mais fortes e longas que os braços, as pernas são fundamentais para atingir o oponente AP CHAGI
Um dos primeiros movimentos ensinados aos iniciantes. É usado para afastar o rival quando aplicado no abdômen ou derrubá-lo acertando o queixo
HURYEO CHAGI
Giro com o pé muito violento. O golpe, pouco usado pelos mais tradicionalistas, termina com o arco dorsal (parte de cima de pé) acertando o rosto do adversário
PALKUP CHIGI
Os socos são pouco usados, mas não deixam de ter impacto. Este direto é potente o bastante para, em demonstrações, quebrar pedaços de madeira ou de telhas
Para não apanhar, é importante dominar as técnicas de bloqueio, baseadas no uso das mãos WAE SUN PALMOK
Muito efi ciente para bloquear chutes rápidos e outros ataques contra o torso. A vantagem do movimento é que ele devolve parte da força aplicada pelo rival
NAJUNDI MAKGI
A maioria dos movimentos de defesa começa com as mãos na altura dos quadris. Isto é fundamental para impedir chutes e socos contra abdômen e pernas
CHOOYA MAKGI
Este movimento circular barra golpes altos, que são os mais potentes. É uma defesa importante, pois protege a cabeça e evita quedas e nocautes
Tradição e inovação dividem espaço no tae kwon do esportivo SOLO SAGRADO
Em competições tradicionais, como campeonatos mundiais e Olimpíadas, o centro do tablado é pintado com o kwe – antigo caractere coreano que simboliza o equilíbrio entre corpo e mente
ITENS DE SEGURANÇA
Na versão olímpica, luvas, capacete e protetores no peito, braços e canelas são resistentes e muito leves, para não atrapalhar os movimentos
TESTE HI-TECH
Em alguns torneios, sensores em coletes e capacetes identifi cam o contato de luvas e sapatilhas, acusando os golpes e contando os pontos
• A flexibilidade e o alcance máximo das pernas é tão importante que qualquer praticante do esporte, de qualquer idade, tem que fazer abertura total das pernas
• Os golpes têm que ser fortes e precisos. Se só resvalarem ou não acertarem o rival na parte certa, não contam
• Natália Falavigna é a estrela do tae kwon do brasileiro. Ela já faturou bronze na Olimpíada de Pequim em 2008
FONTES – World Taekwondo Federation, Federação Brasileira de Taekwondo, Confederação Brasileira de Taekwondo