Em que lugar da Terra pode acontecer um novo megatsunami?
O noroeste dos Estados Unidos e o sul do Canadá são as áreas do planeta que correm maior risco. Tudo porque essa região pode ser sacudida por um grande terremoto capaz de gerar um megatsunami. Historicamente, a cada intervalo entre 200 e 400 anos, uma onda assassina quebra por lá. Como a última catástrofe já […]
O noroeste dos Estados Unidos e o sul do Canadá são as áreas do planeta que correm maior risco. Tudo porque essa região pode ser sacudida por um grande terremoto capaz de gerar um megatsunami. Historicamente, a cada intervalo entre 200 e 400 anos, uma onda assassina quebra por lá. Como a última catástrofe já rolou há mais de 300 anos, os cientistas acreditam que falta pouco tempo para acontecer novamente. Mas mesmo que surja esse tsunami, o número de vítimas deverá ser menor que o provocado pela onda gigante do oceano Índico que varreu a Ásia no final de 2004. É que o oceano Pacífico, onde pode surgir a nova ameaça, tem um sistema de alerta bem eficiente. Assim, quando o tsunami for gerado, um sistema de bóias em alto-mar poderá detectar a onda e avisar as autoridades. O grande problema dessa região-alvo é que ela está muito perto do epicentro do terremoto que pode gerar o tsunami (a 80 quilômetros). Por isso, o tempo de reação será muito pequeno: a onda atingiria a costa em questão de minutos. Essa grande ameaça é um dos temas do documentário Tsunami: A Onda, que o canal de TV por assinatura Discovery vai passar no dia 8 de abril, às 20 horas.
Onda chegará à costa noroeste dos Estados Unidos com quase 30 metros de altura
1. A Terra parece um quebra-cabeça, em que as peças são as placas tectônicas blocos gigantes que sustentam continentes e oceanos e que vivem se movendo. A região mais ameaçada por um novo megatsunami é um ponto de atrito entre uma pequena placa oceânica chamada Juan de Fuca e uma das principais placas da Terra, a norte-americana
2. O tsunami na região pode ter início com um terremoto provocado pela aproximação entre as placas. A Juan de Fuca se move em direção à placa norte-americana numa velocidade de 2 a 5 cm por ano o que é rápido na escala planetária. Isso causa uma forte pressão na zona de contato entre elas, que é chamada de falha de Cascadia
3. A pressão aumenta lentamente com o passar dos anos e, devido ao acúmulo dela, a placa norte-americana vai se deformando. Vai chegar um momento em que as placas não suportarão mais, e a pressão acumulada causará um repentino deslizamento de uma placa por baixo da outra. Ou seja, um grande terremoto
4. Nessa movimentação, enquanto a placa Juan de Fuca entra por baixo, a norte-americana “sobe”. Depois de aliviada a pressão, as duas placas retornam às suas posições, mas geram uma movimentação do fundo do mar. Essa chacoalhada desloca uma grande coluna de água vertical, formando uma onda gigante. É o início do tsunami
5. Quando a onda se forma, tem cerca de 2 metros de altura. Porém, ao se deslocar em alto-mar, pode diminuir para cerca de 10 cm. Ela se torna imperceptível para navios, masviaja no meio do oceano a 500 km/h e carrega 200 trilhões de toneladas de água! Por isso, só levará 15 minutos para atingir a costa do Canadá e dos Estados Unidos
6. Ao atingir o fundo mais raso, próximo da costa, a velocidade da onda cai para cerca de 50 km/h, mas é aí que sua altura aumenta absurdamente: os maiores tsunamis já registrados tinham cerca de 30 metros! Os cientistas estão prevendo que uma onda de 27 metros atingirá a costa oeste americana
7. A onda deve chegar primeiro a Vancouver, no Canadá, e depois arrasar cidades costeiras do estado americano de Washington, como Bellingham, Port Angeles e Seattle. O Oregon e o norte da Califórnia também correm perigo. Estima-se que a onda chegue ao Alasca em quatro horas. Do outro lado do oceano, o Japão pode ser atingido em nove
8. Planos de emergência já fazem parte da educação da população dos locais ameaçados e, por isso, é possível que morra bem menos gente do que as 260 mil vítimas do tsunami de 2004, na Ásia. Mas o prejuízo material certamente será maior. Desta vez, correm mais risco de inundação cidades grandes como Vancouver e Seattle que, juntas, reúnem mais de 1 milhão de pessoas