Infográfico: evolução dos personagens LGBT nas novelas, ano a ano
Confira como a presença de personagens gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros, transexuais e intersexuais evoluiu a cada ano nas novelas brasileiras
O gráfico desta reportagem considera apenas novelas, desde 1970 até abril de 2017. Mas as primeiras personagens LGBTI na TV brasileira foram vividas por Vida Alves e Geórgia Gomide no teleteatro Calúnia, exibido em 1963 pela TV Tupi.
DÉCADA A DÉCADA:
1) Rodolfo Augusto (Ary Fontoura)
O primeiro personagem LGBTI em novelas brasileiras era um costureiro e carnavalesco.
2) Jefferson e Sandrinho (Lui Mendes e André Gonçalves)
Foi a primeira vez em que uma novela abordou um namoro adolescente gay. Gonçalves revelou, anos depois, que chegou a ser hostilizado na rua por homofóbicos que o confundiam com o personagem.
3) Buba (Maria Luisa Mendonça)
Até hoje, a única intersexual das novelas. Envolveu-se com os personagens de Marco Ricca e Taumaturgo Ferreira.
4) Ramona (Claudia Raia)
Primeira transexual das novelas. Era rejeitada pelo pai machista, mas viveu uma linda história de amor com Leonardo (Alexandre Borges).
5) Gilvan (Miguel Roncato)
Foi a primeira vítima de homofobia nos folhetins brasileiros. Apanhou de Vinícius (Thiago Martins) até morrer.
6) Marcela e Marina (Luciana Vendramini e Giselle Tigre)
Embora Mulheres Apaixonadas, da Globo, tenha mostrado o beijo entre duas estudantes que interpretavam uma peça teatral, coube ao SBT mostrar o primeiro beijo gay com um contexto romântico, sem pretextos. Rolou quando a advogada Marcela confessou à sua amiga, a jornalista Marina, que estava apaixonada por ela.
7) Félix (Matheus Solano)
Começou mau e com um casamento de fachada, mas fez tanto sucesso que se regenerou e terminou com Niko (Thiago Fragoso), em quem deu o primeiro beijo gay com contexto romântico da Rede Globo.
–25% dos personagens tiveram final feliz nos anos 1970. nos anos 2010, esse índice subiu para 73%
85% dos personagens transexuais ou transgêneros tiveram final feliz – são os campeões nessa categoria. Os bissexuais foram os que tiveram menos desfechos positivos: 64,7%
FONTES Sites Memória Globo e Teledramaturgia
CONSULTORIA Fernanda Nascimento, jornalista, doutoranda na área de estudos de gênero e autora do livro Bicha (Nem Tão) Má – LGBTs em Telenovelas, e Marcelo Hailer, pesquisador do Núcleo de Pesquisa sobre Sexualidade, Feminismo, Gênero e Diferenças (PUC-SP) e autor do livro A Construção da Heteronormatividade em Personagens Gays na Telenovela