Lugares assombrados do Brasil, parte 6: a Rainha do Maranhão
Ana Jansen, uma das mulheres mais poderosas do estado e conhecida por sua crueldade com os escravos, continua a vagar pelas ruas da capital, São Luís
Ana Jansen nasceu em 1793 e foi uma mulher à frente de seu tempo. Saiu de casa cedo, casou-se com ricaços duas vezes e acumulou muita grana. Fez de tudo para subir na vida: entrou na política, abriu jornal e foi apelidada de Rainha do Maranhão. Ana era tão dona de si que, no testamento, deixou bens para um filho que teve fora do casamento, outra afronta para a época. Ela morava na capital, São Luís.
A crueldade era outra característica de Ana Jansen. Dona de muitos escravos, sua autoridade era extrema. Certa vez, ela mandou arrancar todos os dentes de uma escrava, que tinha um belo sorriso, só pra mostrar quem mandava. Outros relatos apontam que uma vala em sua antiga propriedade serviu de túmulo para mais de 100 escravos, mortos de forma desumana.
Muita gente acredita que o espírito de Ana continua vagando em São Luís. Condenada a pagar por todo o sofrimento que causou, ela vagaria gritando de dor e arrependimento, em uma carruagem levada por cavalos sem cabeça. Dizem que o fantasma dela aparece nas noites de quinta-feira, partindo do cemitério do Gavião e tocando o terror pela capital.
CONSULTORIA Angela Arena, pesquisadora e professora de turismo na Faculdade Anhanguera, e Mateus Fornazari, do site Sobrenatural
FONTES Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada de Recife, Fundação Gilberto Freyre; programas de TV Ghost Hunters International (SyFy); Linha Direta (Globo) e Fantástico (Globo); jornais Diário de S. Paulo, Folha de Pernambuco, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Fluminense; sites G1 e R7; revista VEJA; livros Assombrações do Recife Velho, de Gilberto Freyre, Histórias Mal-Assombradas do Caminho Velho de São Paulo e Histórias Mal-Assombradas do Tempo da Escravidão, de Adriano Messias; e tese de doutorado Trabalho e Cotidiano na Mineração Aurífera Inglesa em Minas Gerais: A Mina da Passagem de Mariana (1863-1927), de Rafael de Freitas e Souza