A prática de adiantar o relógio no verão (quando os dias são mais longos e a luz do Sol fica disponível por mais tempo) foi criada em 1885 e adotada pela primeira vez em 1916, na Alemanha.
Era um jeito de diminuir os gastos do país com combustível, usado para produzir energia elétrica durante a 1ª Guerra Mundial.
No Brasil, a medida foi decretada durante o governo Vargas no ano de 1931 em todo o território (atualmente vigora apenas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul).
Hoje, mais de 70 países adotam o horário de verão ao redor do mundo, cada um com suas próprias regras. Os países que ficam na linha do Equador, por exemplo, não utilizam a prática, já que há pouca diferença entre a duração dos dias e das noites.
PRÓS
Quem gosta do horário de verão provavelmente segue um raciocínio como este aqui: o dia mais longo incentiva a população a passar mais tempo ao ar livre e também aproveitar a claridade em parques e outras atrações turísticas depois do horário de trabalho.
Os motivos econômicos, claro, têm bem menos frufru. Adiantando o relógio, o sol se põe mais tarde e a luz natural fica disponível por mais tempo, diminuindo o gasto de energia elétrica. Em 2017, o Brasil estimou uma economia de R$ 157 milhões no consumo de eletricidade durante o horário. Mas essa é a parte óbvia.
CONTRAS
Estudos realizados em parte dos EUA, Austrália e Japão perceberam o aumento do consumo de energia em até 3% no horário de verão. Essas pesquisas foram importantes para mostrar que a lógica do horário de verão não era tão precisa quanto se imaginava – e que mais claridade no fim do dia não necessariamente significa menos energia gasta. Um dos motivos é a energia extra utilizada de manhã, já que o sol demora mais para nascer.
Além da parte energética, vai e vem dos ponteiros interfere em nosso relógio biológico e compromete a qualidade do sono. As consequências podem ser sérias: dependendo do seu organismo, as chances de problemas cardíacos aumenta em até 10% nos primeiros dias de adaptação ao novo horário.
E não são só os relógios do corpo que dão problema e podem dar prejuízo. Custa entre US$ 500 milhões e 1 bilhão para que as grandes empresas dos EUA adaptem suas redes internas ao horário de verão.
FONTES Artigos Does Extending Daylight Saving Time Save Energy? Evidence from an Australian Experiment, de Ryan Kellogg e Hendrik Wolff, e Does Daylight Saving Time Save Energy? Evidence from a Natural Experiment in Indiana, de Matthew Kotchen e Laura Grant; SR1 International, NATIONAL GEOGRAPHIC, The Guardian e timeanddate.com