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O que é um oásis?

Por Rodrigo Ratier
Atualizado em 22 fev 2024, 11h00 - Publicado em 18 abr 2011, 18h54

É uma região com água e vegetação encravada no meio de um deserto – um dos poucos lugares em que a sobrevivência do homem nas areias escaldantes é possível. No Egito, registros arqueológicos indicam que o homem já explorava esses locais há 7 mil anos. “Em todo o planeta, duas em cada mil pessoas – algo em torno de 15 milhões de habitantes – vivem em oásis. Em alguns deles, há mais de mil moradores por quilômetro quadrado”, diz o geógrafo Roberto Verdum, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), especialista em desertificação. Os tipos tradicionais de oásis aparecem em áreas escavadas pelo vento, onde o lençol d’água subterrâneo fica próximo do solo. Pelas fendas nas rochas, o líquido dos reservatórios encontra um caminho até a superfície, jorrando em fontes que hidratam homens e animais, fazem surgir uma faixa de palmeiras ao redor das lagoas e irrigam pequenas plantações.

Nos 9 milhões de quilômetros quadrados do deserto do Saara, onde certas regiões passam quase dez anos sem uma única gota de chuva, os oásis são uma dádiva. Para povos nômades da África, como beduínos e tuaregues, eles servem como pontos de parada de caravanas há quase três milênios. No início da era cristã, os europeus perceberam a importância estratégica desses enclaves no processo de colonização. Ainda no século 1, os romanos expulsaram os nômades dos oásis no sul da Líbia e passaram a controlar as rotas de comércio pelo deserto. A tática se repetiu na colonização européia do século 19, quando exércitos franceses e italianos começaram a dominar os povos do Saara com a conquista dos oásis. No século 20, as modernas técnicas de irrigação modificaram a ocupação dessas regiões. “No norte da África, milenares lavouras de sustento foram substituídas por grandes plantações de exportação.

O resultado é que a água dos oásis não é mais suficiente para abastecer as comunidades locais”, diz Verdum. Para resolver o problema, os governos locais investem na criação de oásis artificiais, por meio da perfuração de poços artesianos de até 2 500 metros de profundidade.

Santuário quente Tempestades de areia abrem espaço para a água brotar

Rebanho antiecológico

As criações de cabras surgiram no Saara há 6 500 anos. Os numerosos rebanhos dos povos nômades devoram qualquer arbusto do deserto. O problema é que os bichos arrancam até as raízes dos vegetais, agravando a desertificação

Água com sal e peixes

Dependendo do tipo de rocha por onde passam os depósitos subterrâneos de água, o líquido pode chegar à superfície contendo sal. Por isso, em boa parte dos oásis a água precisa ser purificada antes de matar a sede. Outra curiosidade dessas fontes no deserto é que em algumas delas as comunidades povoam os lagos com peixes para reforçar o cardápio

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Sopro inicial

As impressionantes ventanias do deserto movem até 260 milhões de toneladas de areia por ano. Quando as tempestades de areia são fortes e constantes, a erosão provocada por elas deixa o lençol freático próximo da superfície, dando origem aos oásis. No norte da África, eles aparecem em depressões de até 100 metros abaixo do nível do mar

Melhor amigo do homem

Capazes de suportar até dez dias sem comer e uma semana sem beber água, os camelos servem para o transporte e para o arado. Quando podem matar a sede, os bichos tomam até 90 litros para recuperar a energia

Casas naturais

A vida que se desenvolve nos oásis é matéria-prima para as casas dos povos nômades. Os tuaregues erguem suas zeribas com troncos de árvores e folhas de palmeiras. Já os beduínos preferem as tradicionais tendas, feitas de peles de cabra armadas em estacas

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Solo frágil

Contendo poucos minerais, os solos arenosos são pobres em nutrientes. A agricultura só é possível em solos de argila, capazes de reter mais água e material orgânico. Para garantir a colheita, os nômades costumam usar os excrementos de seus rebanhos como adubo

Árvore da vida

A tamareira, palmeira típica dos oásis, cresce rápido no calor escaldante e tem raízes adaptadas para sugar a água dos depósitos subterrâneos. Ela é fundamental para os povos do deserto: além do fruto saboroso e nutritivo, a ponta do caule fermentada dá origem ao legbi, um vinho de aroma forte e doce

Roupa dos pés à cabeça

Por ter pele clara, o homem do Saara precisa usar túnicas volumosas como proteção contra o calor de 50 ºC, reduzindo a perda de líquido pela transpiração

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Sombra que alimenta

O Saara guarda registros de plantações de cereais há 6 mil anos, quando o deserto ainda era uma savana. Nos oásis, técnicas de irrigação e a sombra das tamareiras permitem a cultura de vegetais resistentes ao sol forte, como grão-de-bico, amendoim, feijão, cenoura e cebola

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