Grandes marés de terremoto: este é o significado da palavra tsunamis em japonês. “São ondas enormes, com mais de 30 metros de altura, causadas por perturbações nas profundezas do mar, como abalos sísmicos (maremotos), erupções vulcânicas ou até mesmo deslizamentos no fundo oceânico”, afirma o físico Edmo José Dias Campos, do Instituto Oceanográfico da USP. Os tremores provocados por fenômenos geológicos como esses fazem com que uma série de ondulações se propague por grandes distâncias na superfície do oceano. Essas ondas são inicialmente bastante longas e baixas, não mais que 0,3 a 0,6 metro. A tripulação de um barco que passar sobre elas é capaz de nem percebê-las – e sua energia pode diminuir até desaparecer, ao percorrerem milhares de quilômetros. O problema ocorre quando elas se aproximam da costa, onde a profundidade diminui e surge atrito com o fundo do oceano.
O resultado é que passam a ser comprimidas por um espaço cada vez menor, o que as obriga a subir. Aí então, as tsunamis formam uma coluna, sugando o mar da costa a ponto de deixar parte do chão do oceano descoberto. Esse é o último aviso. Minutos depois, elas aparecem. Para se ter uma idéia, uma das piores marés do gênero, ocorrida em 1703, na ilha japonesa de Awa, matou mais de 100 000 pessoas.
Um declive menos acentuado na beira-mar faz as ondas perderem força, atenuando o tsunami
Uma maior profundidade na encosta joga as ondas para cima, amplificando a sua potência
Erupções vulcânicas injetam toneladas de lava no chão oceânico, gerando ondas devastadoras
Terremotos submarinos deslocam a crosta oceânica, empurrando a massa de água para cima
Uma bolha de gás surge no fundo do oceano, com o mesmo efeito de uma explosão descomunal