Estreita, altamente flexível e com a extremidade bífida (sinônimo chique para “partida em duas”), a língua desses répteis é usada para captar os cheiros ao redor. Em outras palavras, ela pode ser considerada o órgão olfativo dos ofídios, funcionando como um eficiente detector químico capaz de seguir o rastro dos odores deixado por suas presas. Movimentando-se de um lado para outro, a língua bipartida também fareja feromônios – substâncias que servem de comunicação entre seres da mesma espécie, principalmente para atração sexual. Por ser dividida em duas, cada extremidade consegue captar partículas em uma região diferente. “Suas pontas se encaixam em duas pequenas cavidades no palato (o céu da boca), chamadas de órgão de Jacobson”, diz o biólogo Flávio de Barros Molina, chefe do Setor de Répteis da Fundação Parque Zoológico de São Paulo.
Esse órgão, um sofisticado aparelho gustativo, está cheio de terminações nervosas que detectam diferentes substâncias químicas de natureza orgânica liberadas pelas possíveis presas. É assim que as cobras identificam quem está por perto.
– É verdade que existem cobras voadoras?
– Como é feito e como age o soro antiofídico?