Por que as galinhas ficam hipnotizadas com um risco no chão?
No fundo, é um instinto para evitar predadores.
Não se trata de hipnose. É a ave entrando em estado catatônico. E o responsável pela tal catatonia não é exatamente o risco no chão. É o sofrimento da galinha na hora em que alguém segura o corpo dela e baixa sua cabeça contra o chão.
A primeira reação da galinha ao ser subjugada dessa forma é se debater. A contenção física, porém, a impede de correr, bater as asas ou bicar para se defender. A tática, então, é se fingir de morta para ver se diminui o interesse do predador. Isso também acontece em humanos sob trauma – é a sensação de “congelar” de medo. Ninguém escapa dos instintos da parte reptiliana do cérebro.
Muito menos os animais que SÓ têm a parte reptiliana do cérebro.
O risco no chão é desnecessário, então? Não. É que a galinha só “liga” esse modo catatônico quando algo chama a atenção dela durante o momento de contenção. Por isso que a tática é sempre segurar a penosa e desenhar o risco com ela quietinha. Na hora que ela vê você riscando o chão, o movimento chama a atenção dela – talvez a ave entenda que aquilo é o predador, e o sistema só de autodefesa só funcione mesmo quando há essa detecção.
Mesmo assim, não é necessário riscar o chão. Basta passar o dedo em frente ao olhos da galinha. E ela vai ficar catatônica – por algo entre 30 segundos e 30 minutos. Dá para fazer o mesmo com crocodilos: “basta” travar a boca do animal do animal e virá-lo gentilmente de ponta-cabeça. O primeiro registro do truque é de 1646, no livro Experimentum Mirabile, do alemão Athanasius Kircher.