Por que o símbolo da medicina é uma cobra?
A cobra seria o bem e o mal, a sagacidade e a imortalidade, o elo entre o mundo conhecido (a superfície da Terra) e o desconhecido (os subterrâneos)
A ofiolatria – ou culto à serpente, em português claro – era muito comum nas civilizações antigas. “A cobra seria o bem e o mal, a sagacidade e a imortalidade, o elo entre o mundo conhecido (a superfície da Terra) e o desconhecido (os subterrâneos)”, afirma Joffre de Rezende, da Universidade Federal de Goiás, membro da Sociedade Brasileira de História da Medicina. Na Grécia, serpentes circulavam pelos templos do deus da medicina (Asclépio em grego, Esculápio em latim) e eram consideradas benéficas aos pacientes. Quando uma peste atacou Roma, em 293 a.C., os romanos buscaram uma dessas cobras. Quando a epidemia declinou, acreditaram que o animal representava o poder desse deus.
“Nas esculturas descobertas em escavações arqueológicas da civilização greco-romana, Asclépio sempre está segurando um bastão de madeira no qual está enrolada uma serpente”, diz Joffre. Esse bastão representaria a árvore da vida: a perpetuação do ciclo de morte e renascimento que ocorre na natureza. Sem ele, portanto, o símbolo estaria incompleto.