Quais os casos mais assustadores de navios-fantasma?
Aparições sobrenaturais, barcos que navegam sem tripulação... O mar não tá pra peixe!
ILUSTRA Ícaro Yuji
À deriva
Segundo Alexandre Monteiro, expert no assunto e professor do Instituto de Arqueologia e Paleociências da Universidade Nova Lisboa, o termo “navio-fantasma” ganhou vários usos ao longo da história. Pode definir desde lendas sobrenaturais até embarcações que, misteriosamente, são descobertas em plena jornada, mas sem tripulação. As explicações mais comuns, nesse último caso, costumam ser motins (rebelião de marinheiros contra o capitão), ataques piratas e até epidemias
Lua de mel maldita
Uma antiga superstição náutica afirma que dá azar trazer uma mulher a bordo. O capitão do Lady Lovibond desafiou esse alerta e, segundo a lenda, usou o navio para levar sua noiva numa lua de mel, em 1748. Mas seu assistente apaixonou-se por ela e, por ciúmes, jogou o veículo contra um banco de areia. O naufrágio matou todos a bordo. Hoje, segundo a crença dos britânicos, ele aparece a cada 50 anos para assombrar o litoral do condado de Kent, no sudoeste da Inglaterra
Ratos no comando
Eis um verdadeiro combo de terror: um navio abandonado. Navegando sem destino há cinco anos. Ocupado por uma horda de ratazanas. E essas ratazanas eram canibais! A história circulou na internet no ano passado: tratava-se do Lyubov Orlova, construído em 1976 para oferecer cruzeiros na Antártida. Ele foi aposentado em 2010, mas, durante seu desmantelamento, se desgarrou e passou a andar por aí, no Oceano Atlântico. Em 2014, ele rumava para o Reino Unido
Mortos & vivo
Quer assustar um marinheiro chileno? Mencione o El Caleuche, um veleiro sobrenatural que só aparece à noite, em meio à neblina, muitas vezes ao som de risadas macabras e barulho de festa. Segundo a lenda, ele é comandado por fantasmas de pessoas que morreram afogadas, e também “dá carona” para algumas feiticeiras. Quando precisam sair do navio, elas cavalgam cavalos-marinhos. Outra versão do mito diz que o próprio navio é um ser vivo, que ronda o litoral sul do Chile em busca de vingança
Fama hollywoodiana
O Flying Dutchman é tão famoso que foi parar no cinema: virou o nome de um dos navios amaldiçoados de Piratas do Caribe. Do lado de cá da tela, a lenda diz que seu capitão desafiou Deus ao afirmar que não temia uma enorme tempestade em seu caminho. Pagou a língua: o navio bateu, naufragou e, como punição divina, todos a bordo foram condenados a vagar pela eternidade. Ele pode ser “encontrado” assustando outras embarcações próximas ao Cabo da Boa Esperança, na África do Sul
Odeio meu chefe
Em 31 de janeiro de 1922, a escuna Carroll A. Deering foi avistada presa nos recifes de Diamond Shoals, nos EUA. O resgate só conseguiu chegar quatro dias depois… e a encontrou vazia. Botes salva-vidas, diário de bordo e instrumentos de navegação: ninguém conseguiu encontrá-los. Numa parada em Barbados, testemunhas haviam visto o assistente do capitão ameaçando-o de morte. Mas e o resto da tripulação? Como desapareceram? Tem gente que culpa até o Triângulo das Bermudas
Resolve aí, Sherlock!
Em 7 de novembro de 1872, o Mary Celeste saiu de Nova York em direção a Gênova, na Itália, com dez passageiros – entre eles, uma criança de 2 anos. Quase um mês depois, foi visto abandonado, perto de Açores, sem sinal do grupo. Havia muita água no fundo do casco e uma bomba quebrada. Botes também haviam sumido, mas ninguém nunca foi resgatado. O caso gerou tanto fascínio na época que até Arthur Conan Doyle, criador do detetive Sherlock Holmes, escreveu sobre ele, em 1884
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FONTES NOAA e sites ListVerse, G1, HowStuffWorks e Scientific American
CONSULTORIA Simon Boxall, professor da Ocean and Earth Science na Universidade de Southampton (Reino Unido), e Alexandre Monteiro, professor do Instituto de Arqueologia e Paleociências e da Universidade Nova Lisboa (Portugal)