Quais são as diferenças entre a polícia do Brasil e a dos EUA?
Hierarquia nos EUA é mais enxuta
A principal delas é que a polícia americana é mais enxuta. Nos Estados Unidos, existem poucas divisões entre as polícias e a hierarquia tem menos cargos, o que acaba reduzindo custos e diminuindo a burocracia. No Brasil, cada órgão cumpre uma função: a Militar mantém a ordem pública reprimindo ou prevenindo o crime, e em alguns estados engloba também os bombeiros. A Civil conduz a parte da investigação depois que um crime é constatado, com a ajuda da científica, que faz os trabalhos de perícia e análises técnicas.
Além disso, a polícia por lá é municipal, contra a divisão por estados no Brasil. A de Nova York, por exemplo, tem cerca de 36 mil membros. A maior do Brasil é a Polícia Militar de São Paulo, com 89,7 mil PMs. Há as guardas municipais no Brasil, mas elas nem portam armas, trabalham para zelar pelo patrimônio público da cidade, garantindo o uso adequado de parques e áreas de preservação, por exemplo.
Outra diferença: aqui, o “aspira” fica um ano treinando na academia, contra apenas seis meses de curso nos EUA.
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POLÍCIA AMERICANA
Hierarquia nos EUA é mais enxuta
POLÍCIA MUNICIPAL
Prefeito
Chefe oficial da polícia, mas só é consultado em casos graves.
Comissário
Indicado pelo prefeito, é um coordenador administrativo – nada a ver com o comissário Gordon.
Delegado administrativo
Nomeado pelo comissário, é um “síndico” que comanda cada delegacia e seus departamentos.
Chefe de departamento
Chefia um dos departamentos, como o de homicídios, crimes de trânsito, desaparecidos etc.
Xerife
Atende cidades muito pequenas e, quando preciso, pede um reforço aos vizinhos maiores.
Agentes não fardados e especiais
Depois de um ou dois anos, os oficiais podem concorrer para ocupar vagas na área investigativa.
Oficial de polícia
São os caras que põem a mão na massa. Começam como policiais de rua, fardados e fazendo rondas.
Civis auxiliares
Há programas de treinamento para civis, que denunciam atos suspeitos em seus bairros.
UNIDADE ESPECIAL
Só um grupo especial é usado nos EUA
SWAT
Special Weapons and Tactics (SWAT) é o nome genérico dos grupos especiais da polícia americana. Podem atuar em atividades muito diferentes, do resgate de reféns à escolta de autoridades. São chamados nos casos de alto risco, mas os policiais não ficam parados enquanto esses eventos não acontecem. Geralmente fazem rondas como policiais comuns, e a qualquer momento o rádio chama e eles se deslocam para a ocorrência mais grave.
FBI
Órgão investiga e faz pesquisa científica
Tanto o Federal Bureau of Investigation (FBI) quanto a PF investigam crimes nacionais, como questões de fronteira e espionagem – no caso dos EUA, inclui-se aí também o terrorismo. Ao contrário da PF, o FBI tem químicos e engenheiros em sua área de pesquisa, que cria equipamentos de perícia e detectores de documentos falsos.
POLÍCIA BRASILEIRA
PM reprime para manter a ordem, enquanto Civil investiga crimes
Governador
Autoriza as ações mais importantes, como a entrada em um presídio tomado pelos detentos.
Secretário da Segurança Pública
Coordenador efetivo das polícias, já que o governador não segue a rotina policial.
MILITAR
Coronel
Responde por regiões do estado. Lidera até 3 mil PMs.
Tenente-coronel
Chefia cerca de 500 membros, e três a cinco unidades menores.
Major
Auxilia o tenente-coronel no comando do batalhão.
Capitão
Lidera cerca de 120 policiais.
Tenente
É o “meio-de-campo” entre seu superior e a rua.
1º, 2º e 3º sargentos
Comandam grupos de cerca de dez soldados em rondas e patrulhas.
Soldado
Fica nas ruas, reprime e previne os crimes.
CIVIL
Delegado de classe especial
Chefia grandes unidades, como o Departamento de Homicídios ou o de Narcóticos. Lidera até mil agentes.
Delegados de 1ª, 2ª e 3ª classes
Chefiam desde delegacias de bairros nobres a grupos com até 300 policiais.
Delegados de 4ª e 5ª classes
Chefia DPs menores ou faz plantões nas maiores.
Agentes
Analisam o local do crime e suas provas e colhem depoimentos.
OS ESPECIALISTAS
O Rio tem o Bope, mas a polícia paulista também tem suas unidades especiais
CHOQUE
Tropa da PM com batalhões para ações de alto risco, como perseguição a bandidos e contenção de rebeliões.
COE
Comando de Operações Especiais, seus PMs entram em matas, parques e rios e buscam corpos e desaparecidos.
GATE
Grupo de Ações Táticas Especiais da PM. Negocia com seqüestradores que têm reféns e faz desarmamento de bombas.
GOE
Unidade de repressão da Civil, o Grupo de Operações Especiais ajuda o Choque em ações como megarrebeliões.
GARRA
Também da Civil, o Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos é treinado na troca de tiros e perseguição de fugas.
PF
Das operações contra corrupção à emissão de passaportes
No Brasil, a PF é como se fosse uma Polícia Civil para crimes de porte nacional, como as questões de imigração, tráfico de drogas e armas e contrabando. Também investiga fraudes e corrupção e emite passaportes, além de treinar profissionais de segurança privada. As polícias locais não são subordinadas às federais – são instâncias diferentes que, quando necessário, trabalham em conjunto.
CONSULTORIA: JOSÉ VICENTE DA SILVA, CORONEL DA RESERVA DA PM DE SÃO PAULO E CONSULTOR DE SEGURANÇA PÚBLICA; CENTRO DE INFORMAÇÃO DO CONSULADO AMERICANO