Qual ave consegue ficar mais tempo sem pousar?
Qual ave consegue ficar mais tempo sem pousar? Júnior, Itapeva, SP É o fuselo (Limosa lapponica), uma espécie conhecida pelas longas migrações que faz anualmente. Em setembro de 2007, um fuselo fêmea atingiu o recorde de vôo “sem escalas” ao percorrer nada menos que 11 570 quilômetros entre o delta do rio Yukon, no Alasca, […]
Qual ave consegue ficar mais tempo sem pousar?
Júnior,
Itapeva, SP
É o fuselo (Limosa lapponica), uma espécie conhecida pelas longas migrações que faz anualmente. Em setembro de 2007, um fuselo fêmea atingiu o recorde de vôo “sem escalas” ao percorrer nada menos que 11 570 quilômetros entre o delta do rio Yukon, no Alasca, e a costa da Nova Zelândia – distância que equivale a cerca de um quarto da circunferência da Terra! Após colocar um transmissor na pata da ave para estudar a rota migratória da espécie e calcular o risco de proliferação da gripe aviária, os cientistas descobriram que um dos fuselos – ou melhor, um dos fuselos fêmeas – não pousou nenhuma vez durante os oito dias da jornada. “Para voar distâncias tão grandes, eles comem bastante antes da partida e acumulam uma boa reserva de gordura. Mas é um feito surpreendente”, afirma o ornitólogo Luis Fábio Silveira, da Universidade de Sãxo Paulo (USP). O fuselo mostrou que tamanho não é documento na hora de cruzar os céus: ela é uma ave pequena, com 40 centímetros de comprimento e 80 centímetros de envergadura. Ela tem um bico longo e ligeiramente curvo para cima e patas azuis. A plumagem é escura no dorso e branca no pescoço, peito e barriga. Anualmente, em março, algumas espécies de fuselo saem, em bandos, da Nova Zelândia em direção ao Pacífico Norte e Alasca para procriar e fazem o caminho de volta no segundo semestre, fugindo do inverno no hemisfério norte. 8->
Levou no bico
O fuselo voa sem escalas o dobro da distância percorrida por um Boeing
1. Em 17 de março de 2007, um fuselo fêmea, batizado de E-7, partiu da Nova Zelândia e voou sem parar até o litoral do mar Amarelo, na China. A viagem durou oito dias, de 17 a 25 de março. O trecho sem paradas somou 10 800 km
2. Após cinco semanas de pausa, viajou, em 1º de maio, para o delta do rio Yukon, no Alasca, sobrevoando o mar do Japão e o Pacífico Norte. Foram mais cinco dias e 7 200 km batendo asas sem parar
3. Ela ficou no Alasca até 29 de agosto. Nessa data, começou uma viagem de oito dias, sem direito a descanso, de volta à Nova Zelândia, cravando o recorde de 11 570 km sem paradas
Autonomia do fuselo: 11 570 km
Autonomia de vôo de um Boeing 737-800: 5 600 km