Focas, morsas e leões-marinhos fazem parte da subordem Pinnipedia, mas pertencem a famílias diferentes: Phocidae (focas), Odobenidae (morsas) e Otariidae (leões-marinhos). Os três são mamíferos altamente adaptados para viver no mar. “As morsas são as únicas que não são encontradas no Brasil”, afirma o biólogo André Fabiano de Castro Vicente, do Centro de Estudos sobre Encalhes de Mamíferos Marinhos (CEEMAM). Apesar de parecidos, esses animais têm várias diferenças. As morsas são inconfundíveis graças ao par de dentões projetados para baixo. Elas se dividem em duas subespécies: a morsa do Atlântico e a do Pacífico, que vivem exclusivamente no Círculo Polar Ártico.
As focas, por sua vez, formam um numeroso grupo de mamíferos aquáticos, sendo que a espécie Phoca vitulina, chamada de foca comum, é a mais abundante. Ela também é encontrada principalmente na região do Ártico. Assim como as morsas, vivem em colônias com dezenas de indivíduos e são excelentes nadadoras, podendo ficar até 30 minutos submersas. À primeira vista, certas espécies de leões-marinhos parecem focas, mas eles têm algumas diferenças anatômicas em relação a elas, como pequenas orelhas aparentes, o que suas “primas” não têm. “A locomoção é outro ponto que diferencia os dois. Enquanto as focas usam as nadadeiras posteriores para nadar e se locomovem em terra rastejando, os leões-marinhos utilizam as nadadeiras peitorais para nadar e se apóiam sobre elas para andar na terra”, diz André Fabiano. Existem cinco espécies de leões-marinhos espalhadas pelo planeta. Em geral, as focas que brilham como estrelas de circo são, na verdade, leões-marinhos da espécie Zalophus californianus.
Foca comum (Phoca vitulina)
Tamanho: até 1,8 metro
Peso: até 170 quilos
A espécie de foca mais encontrada no planeta tem o corpo totalmente coberto de pêlos e não possui orelhas, contando apenas com um orifício atrás dos olhos que se conecta com o ouvido. A variedade de espécies de foca é enorme. Enquanto algumas não passam de 1 metro de comprimento, outras chegam aos 6 metros, pesando mais de 3 toneladas!
Leão-marinho (família Otariidae)
Tamanho: até 3,5 metros
Peso: até 1 tonelada
Ao contrário da foca, ele tem pequenas orelhas. Outra característica que ajuda a diferenciar os dois são as nadadeiras, bem maiores no leão-marinho. Os machos da maioria das espécies têm um tipo de juba, que acabou dando origem ao nome desses animais, que se alimentam de peixes, crustáceos e moluscos.
Morsa (Odobenus rosmarus)
Tamanho: até 3,7 metros
Peso: até 1,2 tonelada
As medidas acima, nada esbeltas, são dos machos grandalhões, cerca de um terço maiores que as fêmeas. Mas a marca registrada das morsas não é o biótipo gorducho, e sim os seus dentes caninos superiores, que chegam a incrível 1 metro de comprimento e pesam 5,4 quilos cada um. As morsas vivem cerca de 30 anos.
Elefante-marinho (gênero Mirounga)
Pertence à mesma família das focas (Phocidae), mas é o grandalhão dessa turma, superando em tamanho muitas baleias. Possui um estranho focinho que lembra uma tromba. Existem duas espécies de elefante-marinho: Mirounga leonina, que vive no hemisfério sul, e Mirounga angustirostris, encontrada no hemisfério norte
Leopardo-do-mar (Hydrurga leptonyx)
Outro parente próximo das focas, mas, ao contrário dos membros mais famosos da família Phocidae, o leopardo-do-mar (ou foca-leopardo) não vive em grupos. Ele tem esse nome em função de sua cor, que varia do preto ao cinza. Famoso por sua ferocidade, é a única espécie de foca que se alimenta de pingüins
Lobo-marinho (gênero Arctocephalus)
Faz parte da família Otariidae, portanto, é um parente muito mais próximo do leão-marinho que das focas. O lobo-marinho, entretanto, não tem juba. Ele é encontrado em todo o planeta – até mesmo em regiões tropicais – e algumas espécies costumam visitar o litoral brasileiro durante o período migratório